Educação

Ensino híbrido próximo do fim

Aulas presenciais retornam obrigatoriamente na segunda-feira para alunos sem comorbidades

Jô Folha -

Escolas das redes públicas e privada estão nos últimos dias de organização para voltar a receber todos os alunos da Educação Infantil e dos Ensinos Fundamental e Médio a partir de segunda-feira, dia 8. A determinação do retorno obrigatório, definido pelo governo do Estado, foi divulgada no último dia 29, oficializada em decreto estadual. Com isso, o ensino remoto deve permanecer apenas para alunos com comorbidade comprovada através de atestado médico.

A decisão da volta às salas de aula foi tomada durante uma reunião do Gabinete de Crise do Estado, realizada no dia 27 de outubro. Em nota, o governo estadual afirmou que a avaliação da equipe se deu pela queda das taxas de contaminação e hospitalizações, pelo avanço da vacinação e pelos impactos na aprendizagem em função da pandemia.

Tanto as escolas das redes municipal e estadual como da privada devem obedecer a Portaria Conjunta SES/Seduc/RS nº 02/2021, a qual apresenta as medidas de prevenção, monitoramento e controle à Covid-19 a serem adotadas por todas as instituições de ensino, publicada no dia 20 de agosto deste ano. Os protocolos já vigentes tiveram apenas uma alteração: o distanciamento físico a ser cumprido, que passa de 1,5 metro para um metro.

O retorno obrigatório é perto do fim do ano letivo. Entretanto, para a coordenadora da 5ª Coordenadoria Regional da Educação (5ªCRE), Alice Szezepanski, é fundamental para um bom rendimento em 2022.
“Nós temos alunos que nunca viram a escola em que estão matriculados, então para a gente começar, minimamente, um pouco menos sobressaltados do que foram os últimos anos. Muitos falam que ‘faltam só 30 dias’, mas não são 30 dias quaisquer. São 30 dias de acolhida, para eles conhecerem os colegas, a escola, para eles se habituarem de novo a esse ambiente”, opina.

Questionada sobre o possível aumento da evasão escolar com a obrigatoriedade da volta, Alice explica que essa situação já era preocupante antes da pandemia e que agora ela “emergiu”. “Agora ficam muito mais aparentes os problemas e as diferenças que a gente tinha, que foram mais destacadas agora [com a Covid]. Esse temor [do aumento] existe, mas também muito do que a gente pensa do retorno é fazer uma busca ativa mais efetiva”, defende.

“Cada caso será analisado, nós temos o pessoal que começou a trabalhar, então temos como ponto ir em cada empresa se precisar. Algum aluno que está trabalhando no horário da escola vai na empresa, conversa com ela e tentamos trocar o horário da escola. Tentar fazer de tudo para que esse aluno não fique longe da escola”, ressalta, referindo-se à situação da rede estadual.

Nas 48 escolas estaduais onde há a necessidade de revezamento de alunos, haverá alternância de dias presenciais e, nos dias remotos, acesso a atividades de reforço. Até o momento, o Estado não tem um levantamento de quantos alunos poderão manter as atividades remotamente devido a comorbidades. “Isso a gente vai começar a ter a partir de segunda-feira, quando as escolas vão começar a receber os atestados médicos falando que o aluno não poderá ir ao ensino presencial por questão de saúde”, explica Alice.

Estudantes que tiverem coabitantes - pessoas que moram na mesma residência - com comorbidade não entrarão na exceção dos alunos com doença preexistente. “O aluno que tem direito de ficar no ensino remoto é aquele que tem a comorbidade, a família não dá flexibilização”, aponta. Essas determinações valem também para alunos das redes municipais e privada.

“Temos que estar preocupados, nós estamos na pandemia. Se mantivermos a preocupação, já evitamos bastante a circulação do vírus. Estamos sempre atentos, monitorando, qualquer situação que aconteça, qualquer tipo de sintoma. A escola nos informa, faz a desinfecção, o encaminhamento, as direções sempre nos comunicam, estamos sempre monitorando”, finaliza Alice.

Situação nas escolas municipais

Até esta sexta-feira, 70% dos alunos da rede municipal de ensino estavam em ensino remoto, segundo a Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed). De acordo com a pasta, 73 escolas manterão o ensino híbrido com revezamento, visando a respeitar o novo distanciamento determinado. A forma do revezamento será decidido por cada escola. Durante os dias remotos, os alunos terão acesso a atividades complementares.

Conforme a prefeitura, o município não encontrou embasamento jurídico para descumprir o que está sendo determinado pelo Estado e, ao mesmo tempo, reconhece a importância do retorno, não tendo posicionamento contrário à volta dos alunos em sua totalidade.

Até a sexta-feira, quatro escolas municipais estavam com as aulas presenciais suspensas por confirmação de Covid-19 das merendeiras.

Retorno também na rede privada

O Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) afirma que, em Pelotas, não há nenhuma escola com aulas suspensas por contaminação. A decisão do Estado foi comemorada pelo presidente do sindicato, Bruno Eizerik, que comenta que a medida já havia sido reivindicada pelo Sinepe/RS ao COE Estadual. “A pandemia demonstrou que é possível aprender em diferentes locais, sem estar necessariamente dentro de uma sala de aula. Mas o espaço de socialização que a escola oferece, essencial para o desenvolvimento socioemocional dos estudantes, não pode ser suprido pela tecnologia. Lugar de aluno é na escola”, diz.

O escalonamento deverá ser organizado por cada instituição privada, podendo ser por semanas ou dias de alternância. A diferença é que aquele aluno que estiver em casa terá acesso à mesma aula da turma que está no presencial.

Rede municipal

  • 73 das 93 escolas precisarão fazer revezamento
  • Ainda não há dados de quantos alunos ficarão afastados por comorbidade
  • Medidas para evitar a propagação do vírus conforme portaria conjunta SES/Seduc nº 02/2021

Rede estadual

  • 48 das 54 escolas precisarão fazer revezamento
  • Ainda não há dados de quantos alunos ficarão afastados por comorbidade
  • Medidas para evitar a propagação do vírus conforme portaria conjunta SES/Seduc nº 02/2021

Rede privada

  • Dados do número de escolas que precisarão fazer revezamento será divulgado segunda-feira
  • Em agosto deste ano, 17,7% dos alunos estavam em ensino remoto por comorbidade, segundo pesquisa do Sinepe
  • Medidas para evitar a propagação do vírus conforme portaria conjunta SES/Seduc nº 02/2021

Como funcionará o revezamento?

Até a sexta-feira, o revezamento era realizado pelos alunos que queriam ir à escola ou por aqueles que a escola chamava por vulnerabilidade de aprendizagem ou social. A partir desta segunda, o escalonamento é feito para todos os alunos. As turmas serão divididas e a cada semana terão aula. Por exemplo: uma escola tem a turma A e B. A turma A irá presencialmente na segunda, quarta e sexta-feira, enquanto nestes dias a turma B ficará em casa com as atividades de reforço, indo apenas na terça e quinta-feira da mesma semana.

Já na próxima semana, os dias são invertidos: na segunda, quarta e sexta-feira vai a turma B para o ensino presencial e a turma A na terça e quinta, fazendo as atividades de reforço nos outros dias. No município, a forma como se dará o revezamento será por decisão de cada educandário. Durante os dias remotos, o aluno terá acesso a atividades complementares. Já no ensino privado, o revezamento também será decidido pela escola, entretanto, o aluno que estiver no ensino remoto terá acesso à mesma aula do presencial.

Confira alguns dos protocolos que deverão ser seguidos:

  • Uso de máscara obrigatório para todas as pessoas acima de 12 anos;
  • Disponibilidade de álcool em gel 70% e estimular a lavagem das mãos com água e sabão sempre que necessário;
  • Distanciamento físico de pelo menos um metro entre as pessoas nos ambientes com ventilação cruzada;
  • Evitar a aglomeração de pessoas e comportamentos sociais como aperto de mãos, abraços e beijos.

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