Saúde

Entidade de apoio a ostomizados busca apoio para melhor infraestrutura

Assofam tem mais de 400 usuários e oferece rede e apoio às pessoas que convivem com o procedimento de ostomia; auxílio é essencial para garantir a aceitação da nova realidade e melhor qualidade de vida

Foto: Divulgação - DP - Entidade aponta que ainda há muita invisibilidade e preconceito com pacientes ostomizados

Em atividade há 30 anos, a Associação dos Ostomizados Familiares e Amigos de Pelotas (Assofam) busca apoio financeiro para ampliar o atendimento de demandas e o acesso a melhor qualidade de vida dos usuários. Invisíveis para grande parte da sociedade, as pessoas que utilizam o procedimento de colostomia se isolam e necessitam de uma rede de auxílio para a saúde assim como apoio psicológico. Somente em Pelotas há aproximadamente 450 pacientes que estão cadastrados no Programa de Assistência ao Estomizado e Incontinente. Mensalmente, cerca de 20 novas pessoas se tornam dependentes deste recurso.

A busca pela saída da invisibilidade é um objetivo da Associação desde a sua fundação. Assim como na vida dos pacientes, os desafios que a entidade enfrenta são constantes, já que o acesso a recursos e até mesmo a uma sede para o funcionamento das atividades ainda são questões longe do alcance da Assofam. Com encontros mensais de março a outubro realizados em uma sala da Casa Municipal dos Conselhos, ostomizados têm a oportunidade de conviver com pessoas com a mesma condição, além de ter apoio de saúde e psicológico.

“A pessoa quando se torna ostomizada a primeira coisa que ela quer fazer é sumir, um afastamento, ela se isola por completo. A Assofam existe para quando elas saiam do hospital elas saibam onde procurar apoio e recursos. E é uma maneira que as pessoas podem se relacionar com outras que usam bolsas e verem que a vida não parou”, explica o atual presidente da entidade, César Lima.

Já no restante dos meses, do final de outubro a março, as reuniões são realizadas ao ar livre, já que devido às temperaturas mais altas é uma oportunidade para que os usuários possam se sentir mais à vontade para sair em grupo, com o apoio dos colegas. “De novembro a fevereiro são meses que os estomizados têm mais problemas com a bolsa, é um período bem ruim”.

Ostomizado há 13 anos, o presidente destaca que apesar do trabalho realizado há três décadas, só quem valoriza e conhece a Associação são as pessoas quando necessitam e os familiares. “A gente nunca conseguiu nesses 30 anos uma sede e mais coisas para oferecer aos usuários”, destaca. Sobre a importância de uma entidade ativa e com infraestrutura, Lima exemplifica com dados, segundo ele, atualmente Pelotas tem um alto índice de casos que chegam a necessitar de colostomia. “Mas também tem uma taxa bem alta de pessoas que vão ao óbito. Se os pacientes demorassem bastante a ir a óbito, hoje poderíamos ter cerca de mais mil ostomizados, uma média de 20 pessoas por mês entram”.

Diante disso, o representante ressalta que a estruturação da Assofam também é necessária para a realização do trabalho de divulgação e prevenção de doenças que culminam no procedimento de ostomização, como o câncer de estômago. “A gente tem projetos para arrecadar doações e transformar em mais ajuda”, diz. É um momento de empenho para que a associação consiga dar prosseguimento ao trabalho de assistência”.

A gestão, que a partir de janeiro passa para o novo presidente eleito da Associação, Luis Carlos Daunis, busca criar um fundo de recursos para otimizar o atendimento aos cerca de 400 usuários. Como apoio de deslocamentos para quem mora em cidades vizinhas e a contratação de um serviço de ambulância. De acordo com o representante, grande parte dos associados são pessoas de baixa renda que não têm condições de custear apoio psicológico e outros recursos adjacentes à saúde. “90% são assalariados, aposentados que ganham um salário mínimo. Quando a gente sai do hospital, se não fosse o apoio da associação, eu nem sei o que seria de nós”, relata.

Acesso aos atendimentos e como ajudar

Para quem se tornou ostomizado e precisa de auxílio, há o Programa de Assistência ao Ostomizado e Incontinente do município de Pelotas, que funciona no Centro de Especialidades, na rua Voluntários da Pátria, 1428, na sala 201. No local, basta a pessoa apresentar o laudo da necessidade do procedimento e realizar um cadastro para ter acesso gratuito às bolsas mensalmente. “O Município tem hoje cadastrados pelo SUS aproximadamente 450 ostomizados”, diz Lima.
Já os interessados em participar da Assofam ou em doar para a entidade, o contato pode ser realizado pelos telefones: (53) 98457-8654 (César Lima) ou (53) 98436-5590 (Luis Carlos).

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

A alta da procura por alimentos orgânicos e seus benefícios Anterior

A alta da procura por alimentos orgânicos e seus benefícios

Miguel e Helena são os nomes mais registrados em 2023 Próximo

Miguel e Helena são os nomes mais registrados em 2023

Deixe seu comentário