Saúde
Epidêmio em busca dos universitários
Alunos do Programa de Pós-Graduação da UFPel iniciam pesquisa para ouvir todos os ingressantes na universidade em 2017
Jovens, recém-graduados do Ensino Médio e, muitas vezes, nascidos em cidades fora do Estado. Esse parece ser o perfil dos estudantes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que, nos últimos anos, tornou-se um verdadeiro caldeirão cultural. Espalhados pelos campi da instituição, aqui e no município do Capão do Leão, os alunos dos 83 cursos de graduação serão analisados em um estudo do Centro de Epidemiologia da UFPel, chamado Saúde dos Estudantes Universitários da UFPel.
Pertencer à universidade é conciliar os estudos com as relações sociais, seja na academia ou na família, com o contexto urbano, alimentação e, consequentemente, com a própria saúde. Os estudantes do Programa de pós-graduação em Epidemiologia da UFPel irão a campo entrevistar todos os 2,8 mil estudantes ingressantes no primeiro semestre de 2017, buscando traçar um perfil geral do aluno universitário e suas problemáticas. Temas como o uso de estimulantes e substâncias, como o álcool e o tabaco, a violência urbana, comportamento sexual, saúde mental, visual, respiratória e o nível de atividade física da população universitária serão estudados pelos 20 alunos do mestrado envolvidos na pesquisa. A perspectiva é de que os dados levantados sejam essenciais para fomentar ações da própria instituição e também do Poder Público.
A cada dois anos, o Centro traz uma nova pesquisa - a última foi em relação à população da Zona Rural de Pelotas, que revelou uma série de questões. “Os alunos se reúnem, cada um faz o seu projeto, mas o trabalho de campo é conjunto. Nesse caso, cada aluno tem seu tema de mestrado, mas todos estão estudando os ingressantes na UFPel”, explica a professora e coordenadora de pesquisa, Helen Gonçalves. As entrevistas ocorrem na sala de aula, onde um tablet é repassado para que cada aluno responda a um questionário. “A gente não pergunta nenhum nome. Eles podem ficar mais à vontade para contar questões íntimas”, acrescenta a mestranda Betina Flesch.
Para isso é necessária a colaboração dos professores. “Por enquanto a receptividade tem sido ótima”, comenta a estudante Bianca Cata Preta, 30. A Reitoria facilitou o acesso aos ingressantes, fornecendo listagem de alunos e a divulgação do estudo via e-mail. A expectativa é de que os resultados sejam divulgados no final de 2018. “Quem anda pela universidade nota a grande heterogeneidade que ficou na UFPel. Não são mais alunos de Pelotas, Bagé, Rio Grande. A UFPel tem um Brasil dentro dela”, explana a professora Helen.
Para o poder público
Portanto, mapear essas pessoas será o objetivo. Com isso, o programa de mestrado estará devolvendo à UFPel o embasamento necessário para saber como olhar para seu público principal. “O que a gente escuta é que os alunos estão doentes, os professores estão doentes, tem muita violência, bastante menção de risco de suicídio. Então a gente quer, a partir desses dados, fomentar a universidade a promover ações que tragam um bem-estar para essa população e que o próprio município se aproprie disso”, destaca Helen.
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