Em Pelotas

Escola Alfredo Dub recebe melhorias, mas atraso de verba preocupa

Referência há 72 anos no atendimento a jovens surdos e com outras deficiências, instituição tem problemas estruturais e data do retorno às aulas é incerto

Jô Folha -

Em agosto de 2021, quando a reportagem do Diário Popular esteve na Escola Especial Alfredo Dub, em Pelotas, a situação era mais delicada do que hoje. Mas apesar das melhorias estruturais realizadas durante os últimos meses, diversas incertezas pairam sobre a instituição. Referência há quase 72 anos no atendimento a estudantes surdos ou com outro tipo de deficiência, o local segue recebendo reparos enquanto vive aflição com respeito ao futuro.

A campanha aberta no ano passado permitiu uma série de reformas. A principal delas foi no telhado do saguão principal, que sofria com infiltrações constantes. Os recursos arrecadados já asseguraram a revitalização da primeira parte dessa estrutura. "A campanha ainda está acontecendo. Nós ficamos bastante felizes com o resultado até aqui, agora estamos aguardando para a conclusão deste telhado", diz a diretora Fabiane Bohm.

Outro problema envolve a questão elétrica: toda a fiação precisa ser trocada. Falta, entretanto, a mão de obra. "Recebemos a proposta de uma empresa que vai nos ajudar a disponibilizar parte dessa mão de obra. A ideia é iniciarmos nesse final de semana o restabelecimento elétrico", projeta Fabiane, citando o fato de que alguns cômodos não contavam mais com iluminação.

Com a recuperação parcial do telhado, os focos passam a ser a eliminação de cupins do auditório e a reforma do telhado do banheiro feminino. Um grande buraco que se formou causou o acúmulo de sujeira e pedaços de madeira no chão. Já as salas de aula estão encaminhadas para a volta dos cerca de 140 jovens atendidos pela escola. As mesas distanciadas aguardam a vistoria da Vigilância Sanitária.

Mão de obra é essencial

A instituição filantrópica segue aceitando ajuda financeira. No entanto, um dos maiores empecilhos para acelerar as melhorias é a mão de obra. Atualmente apenas duas funcionárias atuam no dia a dia para limpeza e higienização. Ontem, quando o DP visitou a Alfredo Dub, um homem fez o corte da grama de um dos pátios, por exemplo.

"A escola está sempre aberta para receber o apoio da comunidade, seja financeiro, seja em troca de serviço, de pessoas que se colocam à disposição", conta a diretora. Ela também chama atenção para a necessidade de renovar a pintura e a fachada. A ausência da cor azul, símbolo da instituição e da comunidade surda, atrapalha a identificação do local. Um letreiro pouco atraente para quem vê de longe leva o nome da Alfredo Dub.

Pouco dinheiro atrasa calendário letivo

A intenção da direção era retomar o modelo presencial junto do calendário letivo 2022, no próximo dia 16. Mas dois elementos atrapalharam a previsão: a não vacinação de crianças abaixo de cinco anos e a falta do repasse da verba que viabiliza as atividades na escola.

"Com os atrasos de algumas vacinas, embora todos os alunos tenham entrado na primeira leva da vacina, pois têm a surdez como deficiência, nem todos ainda conseguiram ser contemplados, porque tem a faixa etária abaixo dos cinco anos", explica a diretora.

Apesar disso, o maior contratempo é financeiro - e põe em risco o futuro da Alfredo Dub. A verba referente a 2022 do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) está atrasada e não existe previsão de pagamento. O montante cumpre papel decisivo para as operações, pois representa a fonte do salário dos professores, vale-transporte, alimentação, higienização e demais encargos, como luz e água.

"Não recebendo, não temos como iniciar. Essa está sendo a nossa grande preocupação no momento. Geralmente o convênio [do Fundeb] é renovado ao fim do ano. Em janeiro os gestores já costumavam chamar as instituições para assinar o convênio e, assim, fazer o empenho do valor que será repassado para as escolas mensalmente", explica Fabiane, mencionando a relação de causa e efeito da demora do recebimento do valor.

Reuniões da direção da Alfredo Dub com representantes da Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed) já aconteceram. Outra está marcada para esta quarta (9). O ano letivo só deve começar quando o dinheiro cair na conta da escola, mas entre as pautas não está apenas a busca por acelerar a chegada da verba do Fundeb, que é intermediada pela prefeitura. Também há o interesse de passar a administração da escola para o município. Caso contrário, com a aposentadoria de uma quantidade cada vez maior de professores, a instituição pode ficar sem profissionais ao longo dos próximos três anos.

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