Agronegócio
Está aberta a colheita do arroz
Ato oficial, que contou com a presença de autoridades, foi o destaque do último dia de programação da 30ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz
Carlos Queiroz -
Está oficialmente aberta a colheita do arroz. O ato que marcou o início da safra do grão foi realizado durante a tarde desta sexta-feira (14), no terceiro e último dia da 30ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz, na Estação Experimental Terras Baixas (ETB) da Embrapa Clima Temperado, no Capão do Leão. A projeção da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) é que a área plantada de 930 mil hectares, com uma produtividade em torno de sete milhões de toneladas, apresente uma redução de 250 mil toneladas em relação à safra anterior.
O ato contou com a presença de autoridades federais, estaduais e municipais, além de integrantes de entidades do setor rural, como o presidente da Embrapa Clima Temperado, Roberto Pedroso. "O arroz é sinônimo de Rio Grande do Sul", afirmou. Promovendo um balanço da feira, ele comemorou o fato desta edição ter superado números do evento do ano passado, como o de visitantes, com mais de sete mil pessoas. Pela segunda vez consecutiva a ETB da Embrapa Clima Temperado foi sede do evento e a perspectiva é que a próxima edição também seja realizada no local. "Existe uma grande perspectiva de manter o evento aqui", revelou Pedroso, destacando a historicidade da região na produção arrozeira, pelo fato de Pelotas ter sido o local com as primeiras produções de arroz irrigado no país. No discurso oficial, na cerimônia, ele destacou que a pesquisa científica produzida por instituições públicas, como a Embrapa e o Irga, contribuíram para o patamar alcançado pelo setor e são importantes para o ajuste do quadro de perdas e da superação de dificuldades climáticas, econômicas, hídricas e sociais.
Conforme dados da Federarroz o setor representa cerca de 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho, com presença em mais de 140 municípios e gerando, em média, um emprego a cada 50 hectares, além de promover a movimentação de R$ 6 bilhões pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). "É um evento cada vez mais profissional, nós buscamos trazer informação qualificada ao produtor", afirma o presidente da Federação, Alexandre Velho. Neste ano, o evento contou com a participação de mais de cem empresas, contra 70 do ano anterior. "É o maior evento de abertura de grãos do Brasil, não é pouca coisa", destaca, salientando o trabalho e o orgulho de organizar o evento. O presidente também destacou a importância da diversificação de produção, visando a diminuição de custos e aumento da produtividade. "Temos que avançar em produtos que tragam segurança e novas variedades", salientou, lembrando os impactos econômicos e sociais causados pela diminuição das produções de arroz.
Terminal exclusivo em Rio Grande
Na ocasião, o presidente da Federarroz, o secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, e o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Silveira, assinaram o lançamento do processo seletivo simplificado para arrendamento temporário do antigo terminal da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa), no Porto de Rio Grande. O local conta com uma área de 11.850 m², com capacidade para 52 mil toneladas, e funcionará como Terminal Logístico do Arroz (TLA), que será utilizado exclusivamente para armazenamento do grão. Dessa forma, a previsão é que a atitude possa representar maior facilidade na logística de transporte do produto, para que a produção possa ser levada para outros países. "Através da exportação e busca de novos mercados nós temos uma sustentação maior ao preço, pois diminuímos a pressão sobre o mercado interno", define Velho. A meta, segundo ele, é que as exportações possam atingir dois milhões de toneladas ao final de 2020. Para Filho, a abertura do terminal é um gesto de valorização do produto, de forma a transformar o município de Rio Grande na porta de saída do grão para mercados externos.
Prestação de contas
O governador Eduardo Leite (PSDB) chegou ao local da cerimônia em uma das três colheitadeiras de patrocinadores que colhiam o grão da lavoura do local, que foram despejados em um silo e seriam jogados ao alto, marcando a abertura oficial da colheita do cereal. Após o cumprimento aos presentes, Eduardo propôs uma retomada e prestação de contas de compromissos assumidos há um ano, quando também esteve no evento. Um destes, lembrou, foi o de melhorar a estrutura logística para o setor, citando a publicação do edital do processo seletivo para arrendamento temporário de terminal no Porto de Rio Grande, publicado na edição desta sexta-feira do Diário Oficial do Estado. "Faz a diferença em condições de armazenagem e qualidade do produto que exportamos e nos custos", disse o governador. Ainda em relação ao Porto, o chefe do executivo estadual citou o lançamento de edital para a realização de dragagem de rotina no local. Outros pontos destacados foram a aprovação do novo código ambiental para o Estado e a viabilização de recursos, para os próximos meses, que serão utilizados em campanhas em nível nacional que estimulem o consumo de arroz. O governador também afirmou que os altos custos de tributação são causados pelo tamanho da máquina pública, além do mau investimento dos recursos. Comparando o déficit previdenciário do Paraná, de R$ 6 bilhões, e do RS, de R$ 12 bilhões, Eduardo afirmou que a aprovação de reformas podem viabilizar a diminuição de alíquotas estaduais a patamares de anos anteriores.
Também presente no ato, o senador Luiz Carlos Heinze (PP) lembrou que esteve na primeira edição do evento, realizado em Alegrete, em 1980, e destacou que a busca por novos mercados para venda do grão pode evitar a diminuição das áreas plantadas. "Quanto mais vendemos, melhor é a nossa situação", resumiu. O vice-presidente do Senado, Lasier Martins (Podemos) citou o orgulho de estar no evento, e relembrou o compromisso de atuação com o intuito de melhorar as condições dos produtores.
Homenagens
Durante o cerimonial, foram entregues homenagens a entidades do setor. Em um primeiro momento, o governador Eduardo Leite (PSDB) entregou uma placa em alusão aos 30 anos da Federarroz. O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), representado pelo presidente Guinter Frantz, também foi homenageado, com o recebimento do prêmio Pá do Arroz, pelos 80 anos completados em 2020.
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