Agronegócio
Está aberta a colheita do arroz no RS
Autoridades e produtores celebraram o protagonismo da região no cultivo do cereal que abastece o Brasil e o mundo
Jô Folha -
Está aberta a colheita do arroz no Rio Grande do Sul. O ato que oficializou o início da safra 2021/2022 foi realizado na sexta-feira (18) na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, no Capão do Leão, e fez parte da programação da 32ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos de Terras Baixas. Durante a solenidade que destacou a importância do grão para o estado e o país, também foram tratados temas importantes para o setor. Ainda houve homenagem ao fundador do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
De acordo com os dados do Irga, nesta safra, o Estado conta 957.185 hectares de área semeada. Um crescimento de 1,3% em relação ao ano passado, onde foram 945.941 hectares. O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, destacou o protagonismo do Rio Grande do Sul na produção nacional, onde mais de 200 municípios dependem do arroz em sua economia. "Nós temos a responsabilidade desta cadeia para garantir a segurança alimentar brasileira. Temos uma lavoura sustentável, uma lavoura responsável", comentou.
A diretora-executiva da Embrapa, Adriana Martin, falou nos estudos para novas tecnologias em lavouras de arroz desenvolvidos pela instituição. Entre os pontos abordados está o lançamento da cultivar BRS A705, que ocorreu durante a manhã. Sua diferença para as demais está na altura; de cinco a dez centímetros mais baixa. Além disso, possui grãos longos e finos com alto potencial de produtividade e ciclo curto, o que proporciona economia no uso da água na irrigação. "O estabelecimento formal de pesquisa no Rio Grande do Sul revolucionou a lavoura de arroz que ficou mais eficiente em uso de recursos e produtividade", comenta.
Já o presidente do Irga, Rodrigo Machado, falou sobre a resiliência do produtor, que apesar de todas as dificuldades, não "se abate" ou desiste. Ele também destacou a importância do evento. "Nesses três dias, podemos acompanhar os avanços tecnológicos tanto da pesquisa, quanto da extensão que são tão necessários para fornecer ferramentas aos produtores para aumentar a produção e a produtividade. Por isso, a abertura oficial da colheita se consolida como um fórum de debate fundamental para o futuro da cadeia produtiva do arroz", destacou.
Também estiveram presentes no evento, autoridades e lideranças políticas da Zona Sul, que também falaram sobre a estiagem e políticas públicas voltadas ao setor arrozeiro.
Estiagem preocupa
Ao se manifestar, o presidente do Conselho Superior da Farsul, Domingos Velho Lopes, destacou as dificuldades causadas pela falta de chuvas. "O Rio Grande do Sul vive com certeza a maior seca dos últimos cem anos. Os números não param de crescer, por isso cada vez mais temos que olhar com carinho, atenção, ciência e tecnologia para que institucionalmente consigamos dar o apoio que os produtores precisam", comenta. Ele ainda aproveitou a presença dos parlamentares para reiterar as solicitações emergenciais de apoio ao campo.
Quem também tratou sobre a estiagem foi o vice-presidente da Famurs e prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata (PDT), que ressaltou que dos 497 municípios do RS, 409 estão enfrentando problemas. "São mais de 275 mil propriedades que estão enfrentando essa estiagem. Precisamos ter esse olhar para as famílias dos nossos agricultores. A gente que vive nessa região e sabe o quão é importante o arroz, precisa lutar por recursos para desenvolver e qualificar nossos produtores", comentou.
Momento de homenagem
O ato simbólico de colheita do arroz foi realizado na lavoura recém-inaugurada, Breno Prates. A nomeação foi dada como homenagem ao fundador e primeiro presidente da Federarroz, que faleceu no ano passado, aos 81 anos. O empresário e produtor também atuou na organização da primeira Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em março de 1988, em Alegrete.
Logo na abertura da cerimônia, o atual presidente do órgão falou sobre Prates. Alexandre Velho o caracterizou como um visionário. "Teve a coragem de juntar alguns amigos, alguns parceiros e fundar há 32 anos a Federarroz. Um homem que defendeu com todas as forças o setor arrozeiro", destacou.
Na ocasião, foi entregue uma placa aos familiares de Breno. Emocionada, a filha Carla Prates agradeceu e falou sobre o carinho de seu pai pelo órgão. "Fiquei muito honrada e feliz. Ele tinha paixão pela Federarroz. É uma homenagem grandiosa", ressaltou.
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