Oportunidades
Estabilidade no serviço público ainda é atrativa
Concursos abrem possibilidades para quem almeja independência do setor privado
Jô Folha -
Estabilidade, a palavra que mora na boca dos candidatos a uma vaga em concursos públicos. A fim de evitar riscos em uma empresa privada, milhares de brasileiros optam por seguir uma carreira dentro do funcionalismo - mesmo que, em muitos casos, ela não tenha relação direta com a área de formação. Em cursos preparatórios, destaca-se a carência de aprofundamento na interpretação de texto, entre os alunos.
As filas por cursinhos crescem rapidamente à medida que um edital é anunciado. Conforme a gerente de uma instituição preparatória, Juliana Orlandi, desde que a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) lançou, na última sexta-feira, o processo seletivo com 20 vagas a serem preenchidas, o telefone do curso logo começou a tocar. Do outro lado da linha, diferentes expectativas. “Muita gente perguntando se formaríamos turmas para esse concurso. É bastante comum que alunos não aprovados em um determinado concurso retornem para se prepararem a novas seleções”, alega.
A professora de Língua Portuguesa Rejane Radtke, assegura que é alta a procura por qualificação na matéria. “Os concursos têm exigido, principalmente, interpretação de texto. E isso não vale somente para a Língua Portuguesa, é importante também para Raciocínios Lógicos. E é uma carência que noto nos alunos”, alerta a docente. De acordo com ela, não existe fórmula mais eficaz que o estudo. “É importante arranjar um tempo para estudar em casa, por mais corrido que seja”, afirma.
Driblar o tempo
Assim, jogando com o relógio, que Jaqueline Santos, 32 anos, foi aprovada no concurso da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Ela conta que com a ajuda do marido conseguiu trabalhar no antigo emprego, ainda em setor privado, assistir a aulas preparatórias e dar atenção aos filhos de oito e 13 anos. Não foi fácil, mas ela não deixou escapar o foco. “Foram três meses dedicados somente ao concurso, praticamente. Muito trabalho”, lembra.
Desde fevereiro, Jaqueline ocupa uma vaga de assistente administrativa no Hospital Escola (HE) da UFPel. Antes, atuava na parte de Recursos Humanos de uma empresa. “Não senti o choque de trocar de área, porque continuo lidando com pessoas”, afirma. Embora satisfeita com o emprego, confessa já estar pensando no próximo desafio: “Concurso é um vício! Agora que já tenho estabilidade quero melhorar a condição financeira”, sorri.
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