O final de semana será de expectativa pelo anúncio da primeira revisão de bandeiras do sistema de Distanciamento Controlado, implementado há uma semana pelo Governo do Estado. O anúncio deve ocorrer no final da tarde deste sábado e redefine - ou reafirma - as regras para o funcionamento de diversas atividades econômicas, em uma balança que considera número de casos de Covid-19 e pressão atual sobre a rede hospitalar.

Um pente-fino da Secretaria Estadual de Saúde, em parceria com as prefeituras, resultou no acréscimo de quase 500 infectados às estatísticas gaúchas, no final da tarde de sexta-feira. A secretária Arita Bergmann ressaltou que os diagnósticos não são necessariamente novos; a grande maioria dos 496 resultados positivos não foi computada porque os municípios não teriam realizado a etapa de classificação final, para os dados serem efetivamente contabilizados.

"Realizamos uma grande força-tarefa para atualização do sistema", ressaltou a secretária de Saúde, ao mencionar o desafio de as informações serem acrescentadas em tempo real. Uma portaria, inclusive, deve ser publicada para normatizar o passo a passo para alimentação e controle dos dados.

Governador comenta saída do ministro da Saúde
Em transmissão ao vivo, no começo da tarde de sexta, o governador Eduardo Leite (PSDB) comentou a saída do ministro da Saúde Nelson Teich, que permaneceu menos de um mês no cargo. "Lamentamos que o governo federal ainda não tenha encontrado o seu rumo no enfrentamento ao coronavírus", afirmou. O governador lamentou a falta de clareza da União, o que gera perda de confiança, inclusive com reflexos na economia.

A perda de velocidade na tomada de decisões, com as trocas no Ministério, que deveria ser o mais importante do governo federal em meio à pandemia e à enxurrada de mortes no país, também foi alvo de críticas. Eduardo Leite teve contato com Teich em apenas uma oportunidade, junto a outros governadores.

Um dos temas principais, que seguem sem definição, é a habilitação de cerca de 300 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) colocados em operação no Rio Grande do Sul por conta da Covid-19, mas que ainda não contam com o reconhecimento - e os devidos repasses - do governo federal. O desembolso sai dos cofres do Estado e dos próprios municípios.

Confira o panorama da Covid-19 no RS
Com o acréscimo de mais 496 casos, identificados através de busca ativa com as Secretarias Municipais de Saúde, o Rio Grande do Sul saltou para um total de 3.707 infectados; 58,7% deles já recuperados. O total de mortes, até a noite desta sexta, é de 132. A pandemia já se espalhou por 224 cidades gaúchas.