Cuidado

Estado já possui 116 casos de H3N2

Em Pelotas, apenas um caso foi notificado. Vacina contra o vírus está disponível, mas tem baixa procura

Jô Folha -

O aumento expressivo de casos de infecção pelo vírus Influenza tem atraído atenção para uma velha conhecida: a gripe. Ainda em meio à pandemia de Covid-19, as semelhanças quanto a sintomas, contágio e prevenção entre o coronavírus e a cepa da Influenza do subtipo A (H3N2) podem gerar muitas dúvidas. No Rio Grande do Sul, 116 casos já foram registrados, além de dois óbitos. Já em Pelotas, apenas um caso foi notificado pela prefeitura.

Parecia improvável devido à estação, mas no início de dezembro do ano passado o Rio de Janeiro, primeiro Estado a registrar surtos de H3N2, começou a ver suas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) lotarem novamente. Um evento relacionado não mais ao vírus Sars-Cov-2, mas a uma das mutações da Influenza A, principal responsável pela gripe comum e por resfriados. Embora faça parte do cotidiano, o rápido aumento nos registros de surtos da cepa tem chamado a atenção.

Atualmente, 19 dos 22 Estados já confirmaram casos, a maior parte em solo carioca, ultrapassando os 20 mil registros pela infecção. No Rio Grande do Sul, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), 116 casos de Influenza A-H3N2 foram confirmados laboratorialmente entre o mês de dezembro e os primeiros três dias deste ano, além de dois óbitos: uma mulher de 67 anos, residente em São Francisco de Paula, que não recebeu medicação antiviral e apresentava doenças crônicas, e um homem de 53 anos, morador de Porto Alegre.

A pasta afirma ainda que não houve a detecção de outras formas do vírus Influenza, caso da A-H1N1 e B. Os exames para detecção da cepa da Influenza foram realizados pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), através do Laboratório Central do Estado (Lacen-RS) e não houve resultado do sequenciamento genômico das amostras para identificar se a linhagem é a mesma já confirmada em surtos registrados no Rio de Janeiro.

Ainda sem alerta

Em Pelotas, a Vigilância Epidemiológica informou que, nos últimos seis meses, apenas um caso foi registrado e não há notificação de pessoas hospitalizadas. "A Influenza do subtipo H3N2 (gripe sazonal) é historicamente a mais prevalente, para o qual há vacina e tratamento com antiviral específico, disponíveis em toda rede de saúde", explica a diretora da Vigilância em Saúde, Aline Machado.

O monitoramento de casos registrados no município se dá através da rede Sentinela para síndromes gripais. Os exames RT-PCR coletados, que resultaram negativo para Covid-19, passam pelo Painel de Vírus Respiratórios para identificação de outros tipos de vírus respiratórios que estão circulando.

Sintomas e cuidados

Pelo fato de a Influenza ser um vírus respiratório, assim como o que causa a Covid-19, além do mesmo modo de detecção, os sintomas são semelhantes, sendo eles febre alta no início do contágio, inflamação na garganta, calafrios, perda de apetite, irritação nos olhos, vômito, dores articulares, tosse, mal-estar e diarréia, principalmente em crianças. "Idosos também podem apresentar sonolência e confusão mental", destaca a diretora. A prevenção ocorre com distanciamento físico entre as pessoas, uso de máscara e higiene das mãos.

O período de incubação do vírus H3N2 é de três a cinco dias, quando há o início da manifestação dos sintomas. Porém, também é possível que uma pessoa tenha a doença de uma forma assintomática. Durante o período de incubação, ou em casos de infecções sem reação, o paciente também pode transmitir a doença. O período em crianças é de até 14 dias, enquanto nos adultos de até sete.

Embora a letalidade seja menor que a da Covid-19, o H3N2 tem maior chance de evolução a casos graves em grupos de risco (crianças, idosos, gestantes e indivíduos com comorbidades). A propagação pode ter relação com a baixa cobertura vacinal contra a gripe e com a flexibilização das medidas de restrição e prevenção adotadas contra o coronavírus.

A proteção já é conhecida. A vacina contra a Influenza oferecida em Pelotas é a mesma utilizada em todo o país em 2021 e confere proteção contra os vírus H1N1, H3N2 e Influenza B. A SES confirma que a campanha de vacinação contra a gripe neste ano, ocorrida concomitantemente à da Covid-19, não atingiu a meta de cobertura em grupos prioritários no Estado. Somente 79% das pessoas consideradas de risco foram vacinadas.

Em Pelotas, a população pode procurar pelo imunizante em toda a rede municipal de saúde, como as UBSs, o trailer itinerante de vacinação, o ponto do Shopping Pelotas durante a semana e aos sábados na Escola Coronel Pedro Osório. Pessoas a partir dos seis meses de vida devem receber essa vacina. A proteção contra a Influenza pode ser aplicada concomitantemente com a dose que protege contra a Covid-19, não mais sendo exigido o intervalo mínimo.

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