Crise

Estado repactua partos na Santa Casa de Rio Grande

Segundo a SES, instituição passará a fazer 18 partos mensais, da própria cidade e de São José do Norte. Outros 18 serão redistribuídos

Divulgação -

Na manhã desta quinta-feira (28), o clima em Rio Grande era de preocupação em relação a um possível fechamento do setor de Maternidade da Santa Casa do município. Com constantes crises, o receio foi intensificado após a última segunda-feira, quando a instituição participou da reunião plenária do Conselho Municipal de Saúde e apresentou sua situação contábil, definida como grave pelo próprio hospital. Porém, no final do dia, em contato com o Diário Popular, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) anunciou uma repactuação, que deverá conter a urgência, repassando 50% dos partos feitos na instituição para outros municípios, enquanto as negociações continuam.

A secretária adjunta de Saúde do Estado, Ana Costa, informou que os gestores se reuniram durante a tarde e acertaram uma repactuação de 18 partos. A partir de agora, a Santa Casa atenderá 18 mensalmente - gestantes de Rio Grande e São José do Norte -, enquanto outros 18 terão como referência os municípios de Bagé, São Lourenço do Sul e Jaguarão.

Ela diz que, dessa maneira, moradoras de municípios como Pinheiro Machado deverão viajar menos, já que agora poderão ter seus bebês em Bagé. Ana Costa afirma ainda que o Estado está olhando de forma atenta para a região e diz que as conversas continuam. A adjunta também se recusou a comentar as notas emitidas durante o dia por prefeitura, Hospital Universitário da Furg (HU-Furg) e pela própria Santa Casa.

Santa Casa se manifesta sobre finanças
A Santa Casa de Rio Grande se pronunciou quanto à reunião do Conselho Municipal de Saúde por nota. “Foi exposta a grave crise em que a instituição se encontra, e não somente no serviço de maternidade. Sobre a Maternidade, nada foi determinado até o momento. É uma situação que está sendo tratada pelo contratante, que é a Secretaria Estadual da Saúde. A Santa Casa é um prestador privado que tem um contrato de prestação de serviços com o SUS.” A reportagem, em contato com a Assessoria de Comunicação da Santa Casa, ouviu que, neste momento, os gestores preferem não dar qualquer posição além disso.

Prefeitura se posiciona
O Poder Público rio-grandino emitiu nota no final da manhã afirmando que acompanha de perto a negociação entre a instituição e o governo gaúcho. Assinada por Zelionara Branco, titular da pasta da Saúde no município, a mensagem demonstra preocupação com as dificuldades da Santa Casa em manter a Maternidade.

HU-Furg demonstra preocupação
O Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg), expressou, também através de nota, sua preocupação com a situação das atividades da Maternidade da Santa Casa, afirmando que a constante interrupção dos serviços já causa superlotação no HU e que um fechamento definitivo tornaria a situação ainda mais grave.

“O hospital não tem capacidade para assumir toda a demanda de atendimento obstétrico SUS de Rio Grande e região. (...) Cabe destacar que o Hospital está atendendo acima de sua capacidade estrutural e de profissionais, inclusive realizando atendimentos no corredor, deixando a gestante vulnerável e exposta, sem privacidade”, diz um trecho do material.

Siemers e Simerg também fazem pronunciamento
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul e o Sindicato Médico de Rio Grande emitiram nota conjunta durante a tarde. Eles disseram que nos próximos dias pedirão reunião com a prefeitura, Câmara de Vereadores e o Ministério Público, além de outras lideranças. "Não é de hoje que a instituição alega problemas financeiros. Em 2021 foi afirmado que o hospital psiquiátrico também teria suas operações extintas. A deficiência nas contas da Santa Casa são históricas e não se vê uma modificação nos protocolos administrativos e modernização do fluxo de caixa da instituição", diz trecho da mensagem.

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