Reivindicação
Estudantes reivindicam qualidade dos Restaurantes Universitários da UFPel
Universidade e empresa responsável se reúnem na tarde desta terça-feira (12)
Carlos Queiroz -
Os últimos dias estão sendo marcados por reivindicações dos alunos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) a respeito da quantidade e qualidade dos alimentos oferecidos pelo Restaurante Universitário (RU). Eles relatam, através das redes sociais, desde o descumprimento da quantidade da proteína, garantida em contrato, até a presença de comidas azedas nas marmitas. A empresa responsável, chamada Norte Sul, manifestou-se afirmando que terá uma reunião com a universidade na tarde desta terça-feira (12).
De acordo com a gerente da empresa em Pelotas, Roberta Portela, até o fim da tarde da última segunda-feira (11) não havia nenhuma reclamação registrada na Norte Sul, apenas manifestações na internet. Mesmo assim, ela contou que a proprietária da terceirizada está em deslocamento para a cidade para participar da reunião. Além disso, Roberta conta que cada aluno alega uma coisa. "Alguns reclamam da gramagem e outros chegam a falar que a comida está indo podre. Estão difamando a empresa sem provas", disse.
Outro ponto salientado por ela é que a Norte Sul está tendo conversas com a UFPel há cerca de dois meses para negociar os valores previstos no contrato. Hoje o preço pago pela UFPel à terceirizada para as refeições que ocorrem nos RUs do campus Anglo e Capão do Leão é de R$ 6,85. Já no RU da Santa Cruz os valores foram recentemente ajustados de R$ 8,26 (almoço) e R$ 8,33 (janta) para R$ 9,09 e R$ 9,17, respectivamente. Roberta explica ainda que o valor de R$ 6,85 não paga nem o custo da própria comida. "E na marmita vai mais que a gramagem estipulada no contrato", acrescenta.
Reclamações e protesto marcado
A estudante de Veterinária, Milena Senem, conta que ingressou na UFPel em 2017 e de lá para cá a queda na qualidade da comida é visível. "Antes tínhamos bolinho de feijão, de legumes, opção de arroz e saladas frescas", relembra. Hoje o contrato prevê a ingestão de farofa uma vez ao mês, porém Milena disse que o alimento aparece semanalmente no cardápio. "No contrato ainda diz que será servido carne bovina e isso acontece só de vez em quando, e vem uma carne de péssima qualidade e pouca quantidade", completa.
Outra queixa da estudante é que, segundo ela, as marmitas chegam no campus Capão do Leão no início da manhã e não ficam corretamente armazenadas. "Comemos ela fria e muitas vezes azeda. Meus colegas e eu já passamos mal por isso", diz. Por esses motivos, Milena resolveu organizar um protesto, que acontecerá na quinta-feira, em frente ao RU da Santa Cruz, às 11h. "Dei a ideia e a comunidade acadêmica comprou, já que ninguém está satisfeito", aponta.
Geysi Custódio, estudante de Engenharia Geológica, é uma das universitárias que relata já ter pego uma marmita com feijão azedo. "Faz mais ou menos umas três semanas que isso aconteceu. Eu cheguei em casa e guardei o marmitex no micro-ondas para arrumar a mesa e quando fui me servir estava azedo", relata. No início, ela imaginou que poderia ser por falha no armazenamento ou um fato isolado, mas em seguida outros colegas começaram a se queixar do mesmo alimento. Agora, a aluna espera que o protesto consiga trazer diálogo e transparência à relação dos estudantes com a empresa e a UFPel.
O que diz a UFPel?
De acordo com a reitora Isabela Andrade, a UFPel está ciente da situação e das reivindicações feitas pelos acadêmicos e tem dialogado constantemente, tanto com os estudantes como com a empresa responsável pelo fornecimento da alimentação. "Inclusive a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) tem uma reunião agendada com empresa", disse, referindo-se ao mesmo encontro já citado pela gerente da Norte Sul.
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