Por Helena Schuster
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

Nesta segunda-feira (30), os mais de 16 mil estudantes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) retornaram às salas de aula para dar início a mais um semestre letivo. Para a instituição, o momento é de acolhida dos alunos, mas também de organização e expectativas para mais um ano de atividades. Depois de um período de cortes e restrições orçamentárias vivido em 2022, a UFPel inicia o ano no negativo, mas indicando ter esperança para o futuro.

A reitora da instituição, Isabela Andrade, explicou que a universidade terminou o ano passado com um déficit de cerca de R$ 5 milhões e a situação permanece a mesma até o momento. "Ainda não houve mudança em relação ao cenário do final do ano passado, quando tivemos uma lei orçamentária anual aprovada que trazia uma série de limitações nos recursos destinados às instituições de Ensino Superior", comenta. No entanto, a reitora reforça que os serviços de assistência estudantil não serão afetados pelas contas no vermelho. "A gente permanece com todas as ações que já vínhamos fazendo no ano passado. Não limitamos em nada o que tange aos estudantes, mas fizemos uma redução bastante drástica no número de terceirizados."

Apesar das dificuldades financeiras, a direção indica ter esperança para o futuro. Segundo Isabela, a mobilização da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) por uma recomposição dos orçamentos é um dos motivos para as boas expectativas. "Existe um movimento grande da Andifes para recompor o orçamento aos valores que tínhamos em 2019. Esse trabalho tem sido feito e o Ministério da Educação já se mostrou bastante aberto em relação a isso", avalia. Atualmente, o orçamento da universidade para 2023 é de R$ 67,2 milhões. A recomposição reivindicada pela Andifes é do valor recebido em 2019, corrigido pelos índices inflacionários, o que representaria o aumento do orçamento para R$ 94 milhões.

Para a reitora, o encontro de dirigentes de instituições federais de ensino com a Presidência da República e com os ministérios de Educação e de Ciência e Tecnologia, que ocorreu em Brasília no dia 19 de janeiro, também nutriu o sentimento positivo. "Foi um momento super oportuno que já nos demonstra uma abertura ao diálogo para levar nossas demandas, preocupações e angústias. Passamos por esse momento de acolhida que não havia nos anos anteriores", observa.

Normalização do calendário

O semestre que começou nesta segunda e termina em maio é referente ao segundo semestre do ano letivo de 2022. Para este ano, o calendário ainda prevê mais um semestre e meio de atividades. De acordo com a vice-reitora da UFPel, Úrsula Silva, a organização foi feita para começar a regular o ano letivo com o ano civil. "A gente dividiu dessa forma para normalizar o calendário até 2024 e, em 2025, começar o ano absolutamente regrado", projeta. Segundo ela, apesar de prever dois semestres e meio, não deve haver correria. "Foi tudo muito pensado. Vai ser mais apertado, mas conseguimos garantir as férias de estudantes e servidores, os intervalos para matrículas e tudo com espaço bastante adequado."

Movimentação dos alunos

Neste semestre, 1.293 novos alunos se somam aos cursos de graduação oferecidos na UFPel. Para os recém-chegados, como Guilherme Repp, 21, a hora é de explorar as novas possibilidades oferecidas pela universidade. "Já tivemos a apresentação dos corredores do curso e agora tenho uma aula. Espero que seja uma boa experiência", conta o aluno, que entrou para o curso de Ciência da Computação.

Para quem já está cursando a graduação, a vontade é de retornar às aulas para dar mais um passo em direção à formatura. Como o estudante Marcelo Dias, 23, que deve se formar em setembro, também no curso de Ciência da Computação. "Estou no sétimo semestre e, apesar de ser um curso difícil, achei muito bom. Gostei bastante da área que escolhi e é bom estar na faculdade, mas agora é hora de dar o último gás."

Uso de máscaras

A novidade desta segunda-feira para os servidores e alunos da UFPel foi a liberação das máscaras nos ambientes internos e externos da instituição. Desde dezembro de 2022, por conta do aumento de casos de Covid-19, era obrigatório o uso da proteção nas dependências da universidade. Agora, a nova portaria, que tem por base as resoluções do Comitê Covid UFPel, deixou de exigir e passou apenas a recomendar o uso de máscaras, preferencialmente PFF2 ou cirúrgica.


Dados da universidade

1.293 estudantes ingressantes neste semestre (2022/2) em cursos de graduação presenciais

102 cursos de graduação

16.269 estudantes matriculados em cursos de graduação presenciais