Força-tarefa
Exército e agente de saúde se juntam contra o Aedes Aegypti
Mosquito transmissor da Dengue, Zika vírus e a febre Chikungunya é alvo de ação conjunta entre Exército e Agentes de Saúde
Jô Folha -
Pelos quarteirões da avenida Fernando Osório, a 3ª etapa do combate ao mosquito Aedes aegypti demonstrou que a união de forças entre agentes comunitários e militares continua firme. Desde a panfletagem em sinaleiras do local, até visitas pontuais às residências, a força-tarefa atua como ação preventiva e de conscientização da comunidade sobre o mosquito que, se eliminado, tira o Zika Vírus, a Dengue e febre Chikungunya de cena. As primeiras intervenções ocorreram no bairro Simões Lopes e na região da Balsa, entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano.
Banheiros, vasos de flores, pneus, pátios com grama, piscina, recipientes colocados para animais matarem a sede. Estas são algumas das primeiras observações feitas pelo grupo. Na casa da manicure Marilaine Fassbender (46), a agente de combate, Daniani dos Santos (35), junto aos representantes do 9º Batalhão De Infantaria Motorizado e do Primeira Infância Melhor (PIM), realizou o processo em menos de dez minutos. Marilaine conta que toma cuidado para não deixar a água parada nos locais de risco, e faz disso um processo diário.
Mesmo com orientações incessantes circulando em meios de comunicação, larvas encontradas em pneus são as consideradas mais comuns pelos profissionais de fiscalização. "Onde tem pneu no pátio, tem também 90% de chance de encontrar larvas", explica o agente Rodrigo Fernando Eichholz (34). Ele ressalta que não há como identificar a olho nu se as larvas são de mosquitos comuns ou não. Por isso a coleta é feita e levada para análise laboratorial. A residência cuja larva é encontrada fica registrada e, caso seja constatado que trata-se do mosquito trasmissor, a equipe retorna e faz a varredura. De acordo com o coordenador de combate ao Aedes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Marco Bastos, o último caso positivo encontrado na cidade foi há 46 dias no bairro Simões Lopes.
Número de focos encontrados em Pelotas:
2013 - 57
2014 - 17
2015 - 10
Combate o ano inteiro
Bastos ressalta que o trabalho dos agentes é anual desde 1999. Armadilhas instaladas pela cidade e visitação em pontos estratégicos são as formas de manter as doenças longe dos pelotense. "Se eliminar o mosquito, eliminamos todas as doenças, pois ele é o vetor", diz. Pela cidade existem 160 armadilhas em 316 pontos considerados estratégicos - como cemitérios e ferros velhos - que contam com muitos recipientes. Estes lugares são monitorados a cada quinze e sete dias, respectivamente.
Rota do fumacê
Uma importante ferramenta no combate à proliferação do Aedes é o fumacê veicular. Se chover, as rotas serão remanejadas para o mês de março. A comunidade também pode entrar em contato pela página do Facebook "Prefeitura de Pelotas" se desconfiar de algum local que possa ser um foco.
Confira o cronograma da prefeitura:
Terça - Santa Terezinha;
Quarta - Dunas e Querência;
Quinta-feira - Navegantes I, II e III;
Sexta-feira - Barro Duro;
Correios também entram em ação
Desde o Dia Nacional de Mobilização Zika Zero, que ocorreu no último sábado, 20 milhões de panfletos informativos estão sendo distribuídos por 60 mil carteiros em todo o Brasil. A ideia é que o conteúdo produzido pelo Ministério da Saúde chegue nas residências e nos comércios como uma forma de alertar sobre a prevenção de criadouros do mosquito.
A polêmica do Larvicida Pyriproxyfen
O Ministério da Saúde divulgou que só usa larvicidas recomendados pela Organização Mundial da Saúde na eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti. A declaração veio depois que o Rio Grande do Sul suspendeu o uso do produto Pyriproxyfen por suspeita de que ele provoca microcefalia. A pasta ressalta que alguns locais onde o Pyriproxyfen não é usado também registraram casos de microcefalia e que a associação entre o uso da pesticida e a doença não possui nenhum embasamento cientifico.
Possibilidade de multa
A Agência Brasil divulgou nesta segunda que o governo Federal está estudando uma multa para quem manter focos do mosquito Aedes aegypti em seu imóvel. De acordo com o ministro-chefe da Casa Civil, Jacques Wagner, esta seria uma forma de acionar os proprietários de terrenos baldios, residências ou casas fechadas. Se a multa for estabelecida, caso o proprietário não deixar o agente público entrar na casa, o profissional tem o direito de intervir por força da medida provisória publicada no dia 1º de fevereiro. O agente, se necessário, também poderá solicitar auxílio de autoridade policial.
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