Agronegócio
Expectativa de boa safra
Pelotas deve aparecer como a terceira maior produtora de tabaco na Zona Sul
Jô Folha -
A safra de tabaco 2021/22, que inicia em novembro e se estende até março, deve fechar o período com 61.191 toneladas de fumo seco. A quantidade estimada pela Emater/RS Ascar é maior do que a colhida nos últimos dois anos, quando a estiagem acabou prejudicando o desenvolvimento das lavouras. Na safra 2019/20 foram 53.225 toneladas e em 2020/21 outras 54.004 toneladas.
Na Zona Sul, 25.871 hectares devem ser destinados para o fumo, sendo as cidades de Canguçu e São Lourenço do Sul, tradicionalmente entre as maiores produtoras do Estado, as responsáveis pela maior quantidade, com a previsão de 8.750 e 8.500 hectares plantados, respectivamente. O que deve levar a uma colheita superior a 20 mil toneladas em cada. Somados, os dois municípios possuem 5.097 produtores dedicados à cultura.
Com previsão de 3.800 hectares plantados, Pelotas deve aparecer como a terceira maior produtora de tabaco na Zona Sul. Ao todo, são 869 agricultores investindo no fumo, o que indica uma colheita de 9.120 toneladas.
Na propriedade de Reno Böhlke, 68, a plantação das 25 mil mudas de tabaco foi finalizada em setembro e a colheita está prevista para ocorrer em dezembro. Produtor desde 1978, ele conta que a safra passada foi uma das melhores, apesar do clima que prejudicou outros agricultores. Mas diz temer sobre a safra deste ano por conta do alto custo de produção. O agricultor cita o adubo como o principal item que teve aumento. Mesmo assim, para a próxima safra projeta colher cerca de 3,5 mil quilos.
No caso de Böhlke, ele executa a mão de obra e a empresa faz a compra dos itens necessários para o desenvolvimento do fumo. Ao final, o produtor entrega o fumo seco e recebe porcentagem em cima da quantidade produzida. A companhia ainda desconta seu investimento com a compra de adubos e outros itens. "O valor pago varia conforme a classe do fumo, se tiver classe boa, o preço é bom. Eu mando o fumo e a empresa avalia", explica.
Faturamento
Levando em consideração que o preço pago pelo quilo do tabaco seja de R$ 15,00 - o mesmo da safra passada -, a Emater estima um faturamento R$ 917,865 milhões. O valor é maior do que o alcançado nas últimas duas safras. Na colheita 2019/20 foram pagos R$ 532,250 milhões, com o preço do quilo de fumo seco a R$ 10,00, enquanto que em 2020/21 foram R$ 648,048 milhões, já com o produto a R$ 15,00 por quilo.
"O valor pago é complexo, pois depende da classificação do tabaco seco enviado às empresas. Como referência, a projeção de preço para a safra 2021/22 deverá ter um reajuste significativo para compensar a alta expressiva nos custos de produção, principalmente os fertilizantes" explica o engenheiro agrônomo da Emater, Evair Ehlert.
Conforme Ehlert, a cultura do tabaco é uma das mais importantes para a região. "Todo recurso fica com as famílias, circulando a economia local. Especialmente nos municípios onde predomina a agricultura familiar e também nas regiões localizadas distantes de centros consumidores. A região é. hoje, a principal produtora de tabaco do país, sendo destaque na produtividade e, o principal, um produto de qualidade", analisa o agrônomo.
A safra de tabaco 2021/22 em números
Município Área de plantio previsto (hectares) Número de produtores Produção esperada (toneladas)
Amaral Ferrador 2.700 745 5.940
Arroio do Padre 1.200 271 2.880
Canguçu 8.750 2.939 21.000
Cerrito 13 5 28,6
Morro Redondo 34 13 74,8
Pelotas 3.800 869 9.120
Piratini 124 46 248
São Lourenço do Sul 8.500 2.158 20.400
Turuçu 750 175 1.500
Total 25.871 7.221 61.191,4
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