Drama
Falta de medicamentos impede atendimentos no Ceron
Situação faz com que pacientes com câncer tenham que interromper o tratamento
Carlos Queiroz -
Um câncer invasivo engasgado no esôfago, cujo tratamento não pode parar. Sem medicamento, no entanto, o portador do tumor teve a sessão de quimioterapia cancelada - sem perspectiva de novas datas. Paulo Sérgio Moreira, 60, é um dos cerca de 500 pacientes com a vida em risco devido ao rombo financeiro que compromete o serviço do Centro de Radioterapia e Oncologia (Ceron) vinculado à Santa Casa de Misericórdia de Pelotas. A novela se repete: mais uma vez, não há medicação.
Desde fevereiro Márcia Xavier, 37, dá o suporte que está ao seu alcance ao companheiro. Moreira é tratado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, as 25 sessões programadas para realizar semanalmente foram interrompidas de início: ele passou por apenas um procedimento, até então. Às vésperas da segunda sessão, a notícia foi um golpe. "Ligaram pra cancelar e disseram que por tempo indeterminado", conta a esposa. Com o tratamento adiado, o tipo de câncer que Paulo carrega pode se multiplicar facilmente a outras áreas do corpo.
A Santa Casa de Misericórdia de Pelotas não falou sobre a situação. De acordo com a secretária Provedoria do hospital, o titular, Paulo Porto Gonçalves, limitou-se a declarar que "no momento não dará entrevista porque está no aguardo de repasses públicos".
Se o problema for prolongado deverá refletir diretamente no serviços municipais, cuja demanda é conhecidamente alta. A secretária de Saúde, Arita Bergmann, falou ao Diário Popular que tomou conhecimento dos problemas do Ceron na última sexta-feira pela manhã. Segundo ela, na parte da tarde encaminhou um ofício à Santa Casa para tratar do problema.
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