Saúde
Faltam medicamentos psiquiátricos na rede
Defasagem de remédios utilizados no controle de surtos, ansiedade, depressão e transtorno bipolar começou no início do ano
Divulgação -
Recorrente desde pelo menos o último dezembro, a falta de medicamentos na Farmácia Municipal atinge agora pacientes em tratamento psiquiátrico. Eles têm sofrido com a escassez de remédios que deveriam ser de uso contínuo contra depressão, surtos psicóticos, ansiedade e transtorno bipolar.
Ao Diário Popular, uma fonte informou que a defasagem tem causado agravamento de quadros clínicos como depressão e transtorno bipolar, levando inclusive ao aumento significativo do risco de suicídio. Presente na fila da Farmácia Municipal na manhã de quarta-feira (18), um homem recebeu a informação de que a fluoxetina, medicamento antidepressivo essencial no tratamento da mãe, mais uma vez estava em falta. Resignado, ele disse à reportagem que já se acostumou com a situação. “O jeito agora é comprar em farmácia de manipulação”, lamenta.
Não são todos, entretanto, que têm condições de arcar com tal alternativa - principalmente por conta do caráter contínuo do tratamento. A caixa com 30 comprimidos da própria fluoxetina, por exemplo, custa entre R$ 14,00 e R$ 22,00, dependendo da quantidade de miligramas. O antipsicótico cloroprazina, na versão manipulada de 100 mg, é vendido de R$ 6,00 a R$ 13,00. O calmante Diazepam, outro medicamento muito utilizado e em falta na Farmácia Municipal, manipulado, está na faixa de preço entre R$ 7,00 e R$ 15,30.
O que diz a prefeitura
De acordo com a diretora de ações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Eliedes Ribeiro, uma das causas da falta de medicamentos é o aumento dos pedidos judiciais recebidos para que o Poder Público os disponibilize. “O processo não é rápido, então há essa defasagem porque a quantidade comprada foi mais utilizada do que o previsto”, argumenta. Não há, entretanto, uma estimativa de quantos são os pelotenses que atualmente adquirem medicação para tratamento psiquiátrico pela Farmácia Municipal.
Eliedes explica que o processo começa com o pedido feito pela Farmácia Municipal. Depois, é feito um processo licitatório para que a compra seja feita de laboratórios legalizados. Escolhida, a empresa tem 15 dias para entregar os medicamentos. “A gente tem tentado fazer o mais rápido. Temos corrido para regularizar a situação”, diz.
As explicações, porém, não convencem quem convive diariamente com pessoas que sofrem com surtos, transtorno bipolar e depressão. Ao Diário Popular, uma fonte disse que a justificativa tem sido a mesma desde que o problema surgiu. “Não há fornecimento regular. Dizem sempre que tudo está resolvido, mas na prática nada é feito”, reclama.
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