Futuro
Fase é de tratativas e esperança na Cosulati
Direção negocia com três possíveis investidores, que poderiam injetar até R$ 8 milhões
Gabriel Huth -
É grande a expectativa pela reabertura do frigorífico de aves da Cosulati, em Morro Redondo, de portas cerradas desde janeiro de 2016. A direção da Cooperativa negocia com três possíveis parceiros, para garantir a injeção de R$ 6 milhões a R$ 8 milhões e viabilizar todo o ciclo de desenvolvimento dos animais até a hora do abate. A estimativa é de que, pelo menos, 15 mil frangos pudessem ser abatidos por dia. Os investidores são do Paraná, da cidade gaúcha de Viamão e de fora do país.
Às vésperas de completar um ano à frente da Cosulati, Almir Mendonça, voltou a conversar com o Diário Popular e reafirmou o alvo central do trabalho: “Precisamos salvar o produtor”. Uma prioridade diretamente relacionada com o incentivo à agricultura familiar e com a oferta de matéria-prima para, aos poucos, toda a engrenagem da Cooperativa entrar em operação novamente.
Ainda é cedo para explicar como funcionaria o contrato com este futuro parceiro. As tratativas irão, inclusive, definir se a fábrica de rações em Canguçu também retornaria a funcionar, para assegurar a alimentação em cerca de 70 aviários, ou se o insumo seria trazido de algum outro local. As negociações também irão impactar, diretamente, no número de funcionários que precisariam ser contratados para colocar as duas unidades - ou apenas o frigorífico - em funcionamento, mesmo que não com 100% da capacidade.
Foco principal segue direcionado ao leite
A fase de tratativas estende-se também à indústria de laticínios, no Capão do Leão. Uma reunião nesta terça-feira, em Rio Pardo, colocou na pauta a possibilidade de outras cooperativas do Estado comercializarem cargas de leite à Cosulati. “Precisamos aumentar a nossa captação, para poder produzir em maior quantidade, aumentar nosso mix de produtos e nos fortalecer”, destaca Mendonça.
Atualmente, a Cooperativa recebe uma média de até 120 mil litros de leite por dia que, processados, transformam-se em doce de leite, nata, leite em pó, manteiga e leite UHT - que voltou há pouco às prateleiras e chega a cerca de 200 mil caixas por mês; a intenção, entretanto, é de que este número possa dobrar em breve. A expectativa é de que, nos próximos meses, o consumidor também volte a encontrar o queijo fatiado. Um cenário que, aos poucos, se reaproxime do momento em que a fábrica operava no auge, com até 600 mil litros por dia.
Em busca de apoio parlamentar para alterar legislação
Contatos com prefeitos da Zona Sul e parlamentares eleitos pela região têm objetivo bem definido: a direção da Cosulati tem defendido a ideia de que a legislação brasileira fosse alterada - possivelmente através de Medida Provisória (MP) - para empresas e cooperativas que estão com Certidões Negativas bloqueadas receberem a chance de ter a documentação aprovada em eventuais processos de licitação pública em que fossem vencedores.
“Poderia ter uma emenda que permitisse efetivar o negócio desde que 7% das dívidas, por exemplo, já ficassem retidas na Receita”, sugere e procura adesão às forças políticas para levar a ideia adiante. "Eu tô falando de uma dor que eu tô sentindo, mas essa mudança na legislação ajudaria todo mundo que tá em dificuldade a se reerguer.” E a venda à merenda escolar, em negociações diretas com o Poder Público, seria mais uma das ferramentas para ampliar as vendas.
Conheça alguns números atuais
Funcionários - 234
Salários - Têm sido pagos dentro do mês
Déficit - Em abril de 2018 era de R$ 1,8 milhão. Hoje é de aproximadamente R$ 800 mil
Produção diária de leite - Em abril de 2018 despencou a 38 mil litros. Hoje a média oscila de cem mil a 120 mil
Ponto de venda direto ao consumidor
A reabertura do chalé, na praça 20 de Setembro, garante o acesso dos produtos com melhores preços à clientela. As portas estão abertas de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 11h30min e das 13h às 18h.
Feira livre
Uma feira noturna, realizada em parceria da Cosulati com 12 cooperativas da região, é mais uma das alternativas para contato direto com a comunidade. A feira ocorre todas as quartas-feiras, a partir das 18h, junto ao chalé da praça 20 de Setembro.
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