Safra

Federarroz pede a securitização aos produtores

Decisão para a Metade Sul foi tomada após as perdas com as chuvas, que alagaram lavouras

Divulgação -

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) anunciou o encaminhamento do pedido para securitização à Metade Sul do Estado. Nesse modelo, a dívida é vendida em forma de títulos a outros investidores. O pedido foi feito diante do quadro de endividamento, baixa produtividade e perdas por enchentes, e frente ao objetivo do país de manter a segurança alimentar em 2020. A entidade considera necessária a medida, pois os produtores de arroz hoje também estão investindo em soja e, sobretudo, pelos problemas enfrentados nas lavouras que levaram os orizicultores a perderem volumes consideráveis nas duas culturas.

Conforme o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, a Metade Sul é caracterizada pela sua predominância na agropecuária e o arroz é o produto mais importante, seguido pelo gado e pela soja. O agravante ocorre ainda aos produtores que, no ano passado, realizaram operações de renegociação junto ao sistema financeiro e que agora estão perdendo sua produção, acumulando dois vencimentos em um ano só. “A situação que foi relatada por nós agravou-se devido ao retorno das chuvas e das cheias, especialmente por grandes rios, como o Rio Uruguai, que começou a fazer suas vítimas, e pelo rio Ibicuí, que cresce de forma assustadora”, salienta.

Volumes históricos de 600 a 700 milímetros de chuvas já foram constatados nas regiões atingidas nos últimos dez dias. Além disso, os afluentes de rios como o Ibirapuitã e o próprio Ibicuí se mantiveram em níveis mais altos, o que agravou a situação não só pelo aumento dos rios Uruguai, Ibicuí, Quaraí, Santa Maria e Negro, mas pela permanência do nível do Ibirapuitã, que deixou imerso por mais de uma semana lavouras de arroz na região. “Com isso, essas perdas passam a ser consolidadas e consideráveis. Então a previsão de quebra anunciada pela Federarroz já não é mais uma realidade em função do clima na semana passada”, relata Dornelles.

O dirigente acrescenta que, além das cheias, com a permanência da elevação dos níveis dos rios, a baixa radiação solar foi uma constante na semana que passou, o que agrava de forma generalizada a quebra de produtividade do arroz no Rio Grande do Sul. Por isso, o pedido de securitização tem como ideia garantir pelo menos uma safra de 800 a 900 mil hectares. De acordo com Dornelles, isso se justifica porque nos últimos quatro anos, em dois ocorreram problemas climáticos, com cheias e em pelo menos um ano (2018) houve crise de preços. “O produtor, nos últimos quatro anos, teve um período mínimo para garantir lucro e tentar um resultado positivo”, afirma.

Preços serão majorados
Além deste pedido, a Federarroz argumenta que os próprios bancos possuem normas específicas com o objetivo de realizar prorrogações destes contratos e está trabalhando para disponibilizar recursos de Financiamento para Estocagem de Produtos Agropecuários (FEPM). Assim, o produtor recebe estímulo para segurar a safra e vender quando as cotações estiverem em patamares melhores, ou seja, para que realizem contratos de capitalização e possam vender o grão somente no segundo semestre. A entidade também ratifica aos produtores que os preços serão majorados de forma significativa, pois a oferta estará pouco aquém da procura e o baixo estoque de passagem existente será consumido a partir do ano comercial, que inicia a partir de 1º de março.

Mercosul
A Federarroz também justifica a necessidade de securitização para os arrozeiros gaúchos, mesmo que o país enfrente uma crise fiscal significativa, em virtude de o Brasil ter escolhido o Mercosul como importante para sua economia, exportando produtos da chamada linha branca em detrimento da agricultura, especialmente a orizicultura, que vem sofrendo nos últimos anos com esta concorrência e assimetrias do bloco.

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