Solidariedade
Fios de esperança
Campanha do Hospital-Escola da UFPel arrecada cabelos para pacientes em tratamento de câncer
Jô Folha -
Enfrentar o tratamento contra o câncer não é simples. Mas graças a pessoas dispostas a ajudar, o processo pode se tornar um pouco mais leve. O Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) está, mais uma vez, arrecadando doações de cabelo humano para confeccionar perucas destinadas a pacientes da Unidade de Oncologia e Hematologia da instituição. O trabalho é feito em parceria com o Instituto Buquê do Amor (IBA) e o Senac Pelotas. Agora, uma oficina está sendo construída para viabilizar a produção e dar continuidade à missão de ajudar cada vez mais gente nessa batalha.
O processo começou há seis anos. Campanhas eram realizadas e todo cabelo arrecadado era encaminhado a Porto Alegre, doado para a ONG Cabelaço. "Mas o cenário mudou", conta a ouvidora do HE-UFPel, Carla Carvalho. A demanda aumentou no hospital e se tornou necessário produzir as perucas lá mesmo. As doações, a partir daí, passaram a ser mantidas para os pacientes da instituição. Porém, na época, apenas uma pessoa em Pelotas tinha conhecimento acerca da produção do material. Ela foi contatada e as técnicas foram repassadas para que cada vez mais perucas pudessem ser feitas para atender a causa.
A parceria entre o IBA - ONG que busca facilitar o acesso aos exames de mamografia para mulheres com dificuldades financeiras - e profissionais do Senac foi, assim, firmada. A arte da confecção de perucas a partir de mechas de cabelo humano logo foi aprendida por voluntários. O processo, porém, é complicado e trabalhoso. Entre 25 e 30 mechas são necessárias para confeccionar apenas uma peruca. Carla explica que uma alternativa encontrada pelo Instituto é juntar faixas de cabelo a lenços, para que uma quantidade menor de mechas seja utilizada. "Isso é feito para atender a quantidade necessária (de pacientes)", justifica.
A importância desta ação
O número de pacientes da Oncologia e Hematologia atendidos pelo HE é expressivo. São crianças, adultos e idosos que vivem diariamente a luta contra o câncer. À medida que o cabelo cai, a autoestima vai embora. "É uma problemática que a gente enxerga", relata Marli Nascimento, assistente da Ouvidoria. Antigamente, perucas artificiais eram compradas para ajudar. O cabelo faz, portanto, toda a diferença durante o tratamento. É perceptível a melhora e a beleza é devolvida.
A causa é nobre e o retorno, positivo. "O projeto começou sem nada, era apenas uma ideia", afirma Carla. A ajuda da comunidade foi essencial para o crescimento da iniciativa, e até mesmo crianças vão até o hospital para contribuir. O número de doações não supera o de solicitações, mas o trabalho vem crescendo. Para facilitar a produção das perucas, uma oficina está sendo estruturada, com máquinas de costura cedidas pela comunidade.
Como doar
O cabelo deve estar lavado, seco e amarrado em mechas. O comprimento deve ser de 15 centímetros ou mais. As doações podem ser feitas nas portarias do Hospital-Escola (rua Professor Araújo, 538), na Ouvidoria da instituição ou no próprio IBA, que agora possui uma loja física no Shopping Pelotas, na avenida Ferreira Viana, 1.526.
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