Jeitinho brasileiro

Frota do Samu em Pelotas opera com soluções caseiras

Enquanto isso, em nível nacional, União anuncia a expansão do serviço e entrega de novas ambulâncias a 134 municípios, em vários estados

Gabriel Huth -

O jeito tem sido apelar a soluções caseiras. Para manter as cinco ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Pelotas em operação, parte dos consertos - em sirenes e giroflex - tem sido realizada por profissionais da equipe administrativa. É a estratégia para reduzir os custos e não comprometer os serviços, com manutenções fora da cidade.

Os repasses de verba do governo do Estado e da União não seriam suficientes para permanecer de prontidão, com equipe, veículos e material em dia, em Pelotas. Para cobrir o déficit, saem dos cofres do município cerca de R$ 100 mil por mês. “Temos precisado criar soluções e estratégias. Nossas ambulâncias são muito antigas e rodadas”, resume a secretária de Saúde, Ana Costa. Algumas, com mais de dez anos, superam os 200 mil quilômetros rodados.

Enquanto a prefeitura aguarda a divulgação dos novos critérios federais - que deixaram de ser quilometragem e ano dos veículos - para se habilitar à substituição de pelo menos parte da frota 192, outros dois esforços são desencadeados. Um é político, em busca de emendas parlamentares que garantam novas ambulâncias à cidade. O outro é interno, com os reparos ou improvisos, inclusive em portas, para que o serviço não sofra prejuízos - conta o chefe do Departamento Administrativo e Operacional do Samu, Pablo Nalien Goularte, e comemora o fato de 100% da estrutura estar nas ruas atualmente.

Formação e troca de conhecimentos
Desde agosto, o Samu de Pelotas conta com certificação para realizar capacitações que contribuam à atuação em situações de urgência e emergência enquanto as equipes do próprio Samu se deslocam ao socorro do paciente. Militares do Exército e integrantes da Defesa Civil estão na lista das qualificações que já começaram e estão por vir.

Trabalhadores das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da área rural também estão na mira do chamado Núcleo de Educação Permanente - confirma o coordenador-geral, Marcelo Rodrigues da Rosa. Tudo para que estejam mais bem preparados para lidar com eventuais casos de parada cardiorrespiratória e fraturas, por exemplo. Situações em que sutilezas, como a forma com que o paciente é removido, podem fazer toda a diferença para o desfecho positivo.

As formações também têm caráter de troca de experiências. Foi o que já ocorreu junto a profissionais do Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas, em que conhecimentos em atendimento com recém-nascidos - em que o HE é referência - foram permutados por ações rápidas envolvendo adultos com risco de morte. São capacitações não direcionadas unicamente a trabalhadores da Saúde. Inclusive porteiros, que ocupam a linha de chegada das instituições, estão entre os alvos.

A abrangência do Samu no país
O Ministério da Saúde entregará 2.249 ambulâncias em todo o país, entre renovação de 57% da frota e ampliação do serviço. A medida beneficiará 134 municípios que ainda não contam com o Samu. Com a expansão, o atendimento 24 horas chegará a 84,4% da população brasileira. Ou seja: 173 milhões de pessoas. Pelotas não está na lista de contemplados neste momento.

Confira a estrutura do Serviço

VEÍCULOS
►Ambulâncias:
* 4 de Suporte Básico (uma delas de reserva)
* 1 de Suporte Avançado (equipada como UTI)

►Motolâncias: 2

►Veículo de Intervenção Rápida: 1 (destinado ao primeiro atendimento e preparação para remoção)

►Veículo de apoio: 1 (Gol, adaptado e equipado pela prefeitura para também servir de suporte)

Equipes
São formadas por médicos, enfermeiros, auxiliares de Enfermagem e condutores socorristas

►Tempo-resposta em horário de pico
* Na ambulância: 5 km em 8 minutos
* Na motolância: 5 km em 4 minutos

►Checagem das ligações
Os casos em que a população se queixa de demora no deslocamento podem ser verificados, para identificar as reais razões. Um médico regulador, entretanto, que permanece junto à Central, é quem decide qual das situações deve ser priorizada, conforme a gravidade do fato.

“Temos como checar se a informação que nos é colocada pela comunidade é verídica. Estamos sempre preocupados em responder a pergunta ‘Podíamos ter feito melhor?’”, destaca a secretária de Saúde.

Regulação regional
O Samu de Pelotas é responsável pela regulação de outras dez cidades da Zona Sul: Pinheiro Machado, Piratini, Arroio Grande, Jaguarão, Canguçu, Santana da Boa Vista, Santa Vitória do Palmar, São Lourenço do Sul, Capão do Leão e São José do Norte. As chamadas efetuadas ao 192 pelos moradores desses municípios são canalizadas para a Central de Regulação em Pelotas. O médico regulador repassa, então, as orientações e as ambulâncias, que estão nas referidas cidades, se deslocam para socorrer o paciente.

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