A gestante e os bebês submetidos a uma cirurgia intrauterina há cerca de um mês, no Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), passam bem. O procedimento foi um sucesso e ela está com 30 semanas, passando por avaliações semanais. De acordo com a médica especialista em Medicina Fetal, Tatiane Fogaça, com a intervenção foi possível protelar a gravidez e possibilitar o desenvolvimento de ambos os fetos, o que não estava ocorrendo. Nesta quinta será feita uma nova avaliação.

A expectativa da médica é de que o parto ocorra daqui ao máximo de tempo possível. Destaca que quando se trata de gêmeos normalmente os bebês nascem antes, mas se isso ocorresse com 25 semanas, o tempo que a mãe estava de gestação quando foi operada, não teriam condições de sobreviver. A cirurgia foi extremamente importante para garantir o desenvolvimento dos fetos.

Conforme Tatiane, o feto que não estava se desenvolvendo não atingiu o mesmo peso do outro, mas está evoluindo muito bem, o que não aconteceria se não fosse feito o procedimento. A operação, a primeira do tipo no Rio Grande do Sul, consistiu em separar a placenta para que os gêmeos pudessem se desenvolver na mesma proporção. Um deles estava bebendo mais sangue e ficando maior, o que poderia levá-lo à insuficiência cardíaca, e o outro, menor, com anemia.

A intervenção foi comandada pelo especialista em Medicina Fetal e membro titular da Academia Brasileira de Ultrassonografia, Maurício Saito, que veio de São Paulo para Pelotas especialmente para realizar o procedimento. Participou da equipe ainda, além de Tatiane, a também especialista Guadalupe Nascimento. A intervenção é denominada ablação de anastomoses placentária com laser. No Brasil foram realizadas cerca de 50 cirurgias dessas.