Pandemia
Governo altera ponto de corte para mudança de bandeiras
Estado terá indicadores mais rígidos na avaliação do modelo de Distanciamento Controlado
No início da tarde desta quinta-feira (11), em live do governador Eduardo Leite foram apresentadas alterações no modelo de Distanciamento Controlado, que a agora tem indicadores mais rígidos. Entre as mudanças está um maior rigor na atualização das cores das bandeiras nas regiões, o que poderá ser observado a partir deste sábado (13), quando um novo mapa será divulgado. O objetivo é fazer com que o cálculo da distribuição de bandeiras reflita mais fortemente a realidade. “O modelo vai ficar mais sensível a mudanças, para que possamos dar mais segurança para atendimento hospitalar no futuro”, disse o governador.
A revisão no modelo de Distanciamento Controlado tem por objetivo ampliar a segurança das avaliações, simplificar os indicadores, aumentar a aderência aos objetivos, além de diminuir os riscos de esgotamentos. A coordenadora do Comitê de Dados do governo, Leany Lemos, descreveu os pontos de mudanças nas futuras avaliações.
A primeira mudança é no ponto de corte de sete indicadores para que ele possa refletir mais claramente a realidade. Um destes se relaciona ao número de óbitos, na definição de bandeiras, que vai levar em conta a projeção de óbitos em 14 dias e não mais a contagem dos últimos sete dias.
A alteração das bandeiras também estará ligada ao número de hospitalizações por covid-19. Na nova proposta a evolução da bandeira Laranja para a Vermelha vai observar um avanço de 20% a 50%, não mais de 50% a 100% como era antes. Da Vermelha para a preta será de 50% e não mais de 100%, como está vigente.
O número de leitos de UTI Livres para COVID-19 também ficou mais rígido. Neste caso, por exemplo, a redução agora é de 30% ao invés de 50%, da bandeira Vermelha para a preta.
Outra novidade se refere a tempo de permanência nas bandeiras que indicam risco de colapso no sistema hospitara. Quando uma região atingir bandeira Vermelha ou Preta permanecerá ao menos duas semanas nesta condição, só depois de 15 dias de estabilidade poderá ter alguma flexibilização.
“A grande intenção é conseguir anteceder um colapso, quando estoura a capacidade de leitos de UTI e a probabilidade de óbitos é muito maior. Queremos antecipar algo que pode acontecer, que aconteceu no mundo e em outros Estados. Por isso, estamos aperfeiçoando agora, e seguiremos aprimorando sempre que for necessário”, afirmou Pedro Zuanazzi, diretor do Departamento de Economia e Estatística (DEE).
Foram feitos três conjuntos de ajustes (veja detalhamento ao final do texto):
1) mudança no ponto de corte de sete indicadores;
2) alteração em indicadores;
3) modificação e adoção de dois gatilhos de segurança.
VEJA O QUE MUDA NO DISTANCIAMENTO CONTROLADO
1. Mudança no ponto de corte de indicadores por tipo de medida:
O objetivo é reforçar a antecipação dos efeitos da pandemia e a segurança da população. Com base em diversas simulações de cenários, percebeu-se que as bandeiras estavam demorando muito para sinalizar piora de indicadores. Para alcançar essa antecedência, foi preciso um novo olhar. Assim, os pontos de corte se tornam mais estreitos e refletem melhor a realidade, conferindo maior segurança ao modelo, que se torna mais sensível a mudanças para garantir o atendimento no futuro. As mudanças serão feitas nos pontos de corte dos indicadores, como velocidade do avanço da doença, incidências de novos casos e mudança da capacidade de atendimento.
2. Alteração nos indicadores de óbito por Covid-19, Ativos/Recuperados e número de leitos de UTI livres (Macrorregião e Estado)
• Projeção de óbitos:
O indicador de óbitos por Covid-19 a cada 100 mil habitantes mostra a evolução da doença com defasagem, uma vez que um óbito reflete o adoecimento de semanas atrás. O indicador é válido para mostrar a realidade atual, mas não antecipa, e o objetivo do Distanciamento Controlado é também prever deterioração, de modo que medidas possam ser tomadas com antecedência para que as UTIs não cheguem ao limite de atendimento.
Sendo assim, o cálculo deixa de utilizar o número de óbitos ocorridos na semana de referência e passa a utilizar projeções para os próximos 14 dias, com base na variação de pacientes confirmados para Covid-19 em leitos de UTI e no número de óbitos acumulados na semana de referência.
• Indicador de Ativos/Recuperados:
O indicador de Estágio da Evolução passa a considerar todos os casos ativos na semana de referência em relação aos recuperados nos 50 dias anteriores ao início da semana. Ao considerar um período maior de tempo, amenizam-se os efeitos da defasagem entre a data do início dos sintomas e a inclusão dos casos confirmados.
• Razão de ocupação de leitos de UTI por Covid-19:
A capacidade de atendimento passa a ser avaliada com base na razão entre a quantidade de leitos de UTI livres e o número de leitos de UTI ocupados por pacientes confirmados para Covid-19. A proposta vale para os indicadores que avaliam a capacidade do Estado e das macrorregiões, que antes levava em consideração o número de leitos de UTI livres para Covid-19 para cada 100 mil idosos.
3. Gatilhos de segurança
• Redução de cinco para três hospitalizações registradas nos últimos 14 dias na trava para deixar a bandeira da semana anterior:
A mudança torna a redução de bandeira mais cautelosa. A partir deste sábado (13/6), o máximo de casos novos de hospitalização por Covid-19 que a região poderá observar para conseguir reduzir a bandeira é de três. Antes, o limite era cinco novas hospitalizações nos últimos 14 dias.
• Regra das bandeiras preta e vermelha:
Se uma região atingir bandeira final vermelha ou bandeira preta, será preciso duas semanas consecutivas com bandeiras menos graves para que a região possa obter redução na classificação de risco. Isso trará maior segurança para caracterizar a efetiva melhora nas condições de uma região.
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