Problema

Grama alta é realidade em ruas de Pelotas há muito tempo

No verão, problema tem se intensificado em todas as regiões do Município

Foto: Volmer Perez - DP - Moradores reclamam da falta de roçagem no local

A situação dos serviços de limpeza, roçagem e retirada de entulhos em Pelotas está longe de ser um problema atual. O problema vem de anos e acaba por impedir uma melhor manutenção da normalidade das ruas. A grama alta, encontrada em muitos pontos da zona urbana pelotense, atrapalha o caminho percorrido por pedestres e, em certos casos, a condução correta de motoristas na rua, além de tornar as vias um foco perfeito para a proliferação de animais peçonhentos e potencializar os alagamentos após as chuvas.

A situação acontece em diversos pontos da cidade, incluindo o Centro, e os moradores, embora dizendo-se já acostumados, se incomodam com tamanha sujeira. Muitos exemplos são encontrados facilmente a partir da rua Almirante Barroso, indo na direção do bairro Porto, em que o cenário das ruas muda de maneira radical e progressiva à medida que se distancia da via mais movimentada.

Na rua Alberto Rosa, primeira em paralelo à Barroso, a situação já é diferente. A vegetação encostada ao meio-fio chega a superar um metro de altura, tomando conta de trechos da calçada. O comerciante Carlos Rabassa, 70 anos, já há mais de duas décadas estabelecido com loja no local, já converteu o sentimento de indignação com o acontecido para desesperança. "Isso aí que vocês estão fazendo não vai resolver nada", lamentou o homem. "Continua sempre essa sujeira. Aqui eu ainda passo a máquina de vez em quando para não ficar demais. Até a Barroso é limpa a rua. Da Barroso para baixo, não pertence à Pelotas", desabafou.

Seguindo, a próxima rua paralela em relação à Barroso é a Álvaro Chaves, onde o panorama é pior. Logo na esquina em que se cruzam as ruas Telles e Álvaro Chaves, o meio-fio é inteiramente coberto por vegetação alta, impedindo sua visualização ideal. O morador Alex Pereira relata que ele mesmo já arranhou diversas vezes o aro da roda do veículo na hora de estacionar, justamente por conta do matagal. "O IPTU é uma fortuna para todo mundo. Só que essa rua aqui, quando chove, alaga que tu não pode nem sair com o carro da garagem. [...] A gente se acostuma, mas a cidade está realmente abandonada", completou.

Para corroborar com o tamanho do problema ao passo que se avança em direção ao Porto, a rua Bento Martins apresenta um caso ainda mais sério. Especialmente no cruzamento entre Lobo da Costa e Bento Martins não se vê enxerga mais o passeio. A vegetação já avançou para o interior da via e a sensação é de que não existe calçada de concreto, tamanha a quantidade e densidade de grama. Amanda, de 17 anos, vinha desviando do mato para falar com a reportagem. Ela mora bem perto da esquina e conta que todos os vizinhos já reclamaram do estado do local e da pouca limpeza na região. "Aqui é Centro. Para cima é sempre arrumadinho, chega aqui e começa a ficar assim", afirma. "Eu tenho amigos que não moram na região, quando vêm para cá acham muito estranho, porque chega nessa parte depois da Barroso e fica desse jeito", revela.

Para além do Centro

No bairro Areal, por exemplo, o mato faz parte das calçadas. A funcionária de uma escola de educação infantil, Caroline Sichmann, de 32 anos, vê a situação se repetindo há bastante tempo na frente do colégio, onde são feitas limpezas uma vez a cada três meses. Mesmo assim, a mulher conta que no bairro onde reside, Santa Terezinha, a condição de abandono é praticamente decretada. "É bastante entulho, é largado. As valetas são bem cheias de mato e acaba transbordando quando chove, porque é muita sujeira", ressalta. "Tem infestação de insetos, mosquitos, ratos, baratas e sapos". Ao contrário do Areal, segundo a moça, as equipes visitam o bairro cerca de uma vez ao ano.

O que diz a Prefeitura

Conforme a secretária de Serviços Urbanos e Infraestrutura (SSUI), Lúcia Amaro, quando questionada sobre um reforço da limpeza no verão, a secretária disse que "O Município não tem conseguido nos últimos anos, por questões orçamentárias, de fazer o aditivo de alta temporada para incrementar as equipes de novembro a março. Entretanto, é feito o remanejamento das equipes priorizando a região dos balneários devido à temporada, principais avenidas, entorno de escolas e paradas de ônibus".

De acordo com a SSUI, há à disposição equipes fixas para o trabalho de roçado que atuam nas principais avenidas e também duas equipes fixas para as praças, seguindo uma lista fixa, que quando é concluída, passa a ser retomada novamente pela primeira. A Secretaria também tem uma equipe volante que trabalha em complemento às Coordenadorias de Serviços e Ações Comunitárias (Cosacs). "No momento esta equipe está no Simões Lopes, antes estava no bairro Porto. Esta equipe é direcionada conforme cronograma estabelecido pela avaliação de onde está mais precisando do roçado. A partir da próxima semana serão dois mutirões com todas as equipes das Cosacs: um nas terças e outro nas quintas-feiras, sendo estes mutirões que vão atender os bairros maiores e que demandam mais trabalho com praças, campos e valetas", disse.

Além disso, as oito Cosacs têm um cronograma que atende os pedidos dos bairros que acolhem e ao mesmo tempo fazem os roçados nas escolas, UBSs e paradas de ônibus.

A secretaria projeta refazer as ações de roçado das ruas no quadrilátero entre Barroso e Garibaldi ainda no mês de fevereiro. Parte desta região já foi atendida durante o mês de janeiro. Assim como, recentemente toda a extensão da Gomes Carneiro e da região central acima da Barroso feita durante o feriado de Carnaval.

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