Movimento
Greve da Educação chega ao fim após 48 horas
Pelotas acompanhou a mobilização nacional em defesa do ensino público e contra o contingenciamento de recursos pelo MEC
Carlos Queiroz -
Foi sob falas de resistência e pedidos por uma educação pública, gratuita e de qualidade que se iniciou a caminhada e última atividade das 48 horas da Greve Nacional da Educação nesta quinta-feira (3). Além do ato público, oficinas, rodas de conversas e atrações culturais marcaram a programação da paralisação que reivindicou o bloqueio de verbas destinadas às Instituições de Ensino Superior (Ifes).
No ato, diversos sindicatos e coletivos políticos marcaram presença. A presidente da Adufpel-SSind, Celeste Pereira, explica que a greve teve três principais pilares: o corte de verbas, o projeto Future-se e a intervenção do Ministério da Educação na escolha de reitores. Com isso, foi formada uma composição de unidade para as lutas, tanto em nível nacional como local. Celeste destaca a importância da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) para o município, através das atividades feitas além da sala de aula, como os projetos de pesquisa e extensão. "Existem atendimentos diários nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e na Odonto", completou.
Pós essas 48 horas de manifestações, a recomendação das centrais sindicais da UFPel para os pelotenses é que permaneçam atentos e que ouçam os trabalhadores e estudantes. "Pelotas precisa entender os prejuízos que sofrerá caso a Universidade feche", destacou Barto de Farias, membro da coordenação da Asufpel. Mesmo não sabendo o futuro da UFPel, a expectativa dos envolvidos é que cada vez mais a população se conscientize do conjunto de ataques que a Educação vem sofrendo diariamente pelo governo federal.
Para Vitória Ferreira, de 18 anos, pode faltar idade, mas não consciência. A acadêmica do segundo semestre do curso de Enfermagem da UFPel, classifica as manifestações como importantes para o futuro. Mesmo com os R$ 11 milhões liberados na última segunda-feira, que não são suficientes para finalizar o ano letivo, a estudante garante que a luta por um ensino de qualidade segue. "Precisamos mostrar que ainda existe muita coisa para ser feita", disse.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPel também participou ativamente da organização da greve de 48 horas. O grupo foi protagonista de algumas das rodas de conversas e articulou o fechamento dos campi. De acordo com o coordenador, Hullifas Nogueira, o próximo passo é convocar uma assembleia geral dos estudantes que exponha a atual situação da Universidade. "Ainda é um desafio manter a UFPel nos próximos semestres."
Para provar a eficiência dos projetos de extensão na comunidade, a Barraca da Saúde, programa interdisciplinar que envolve 15 cursos de graduação e mais de 150 alunos, esteve presente no ato. Lá, foram oferecidos serviços como avaliação bucal, nutricional, aferição de pressão arterial e testes rápidos para as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Segundo o coordenador discente, Gabriel Pereira, é levado para as ruas tudo que é aprendido em sala de aula, mas "com os cortes o nosso serviço está ameaçado".
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