Alívio

Hospitais de Pelotas descartam fechamento de leitos

Recursos do Ministério da Saúde trouxeram alívio às finanças, embora o déficit se mantenha

Foto: Divulgação - Beneficência Portuguesa não corre mais o risco de fechamento

Os hospitais filantrópicos de Pelotas não correm mais o risco de fechamento de leitos. O anúncio foi feito ontem em coletiva de imprensa com representantes dos quatro hospitais filantrópicos do Município: Beneficência Portuguesa, Santa Casa de Misericórdia, São Francisco de Paula e Hospital Espírita. O alívio vem após a confirmação do aumento de R$ 27 milhões no repasse anual do Ministério da Saúde para Pelotas dentro do teto MAC, que cobre média e alta complexidade.

O valor, que representa um adicional de cerca de R$ 2,2 milhões mensais, será dividido proporcionalmente entre os hospitais e, embora não seja suficiente para superar definitivamente a crise e sanar os prejuízos, representa um alívio diante do déficit de R$ 37 milhões que os hospitais tiveram em 2023 e garante a manutenção de todos os leitos abertos.

Ao anunciar o novo momento, o diretor executivo da Beneficência, Armando Manduca da Rocha, relembrou a gravidade da situação. "De maio, quando começamos as negociações, até novembro, nós mantivemos, com os nossos recursos quase que totais, o atendimento às necessidades da comunidade. Hoje, após algumas negociações, não mais serão necessárias as desativação dos leitos que antes a gente corria o risco de ter que desativar", disse.

Manduca explicou que a crise surgiu do descompasso entre os recursos recebidos através do SUS e o custo real dos serviços prestados, exemplificando que para cada R$ 100 gastos, os hospitais filantrópicos recebem apenas R$ 60. Essa diferença é suprida com os recursos que os hospitais recebem ao prestar serviços privados.

"Estão faltando R$ 10 milhões (com relação ao déficit), mas desde o ano 2000, quando foi feita a habilitação plena de Pelotas na municipalização, nunca havia entrado um recurso desse montante no teto financeiro do Município. Isso não vai resolver definitivamente o problema do déficit dos hospitais, mas com certeza vai garantir que por um longo período nós não precisemos fechar nossas unidades", disse Manduca. "Nós não estamos pedindo o recurso que a gente precisa, estamos pedindo o recurso para equilibrar a receita com as despesas", pontuou.

No ano passado, a grave crise financeira que se abateu sobre as instituições de saúde fez com que os hospitais anunciassem a possibilidade de fechamento de mais de 30 leitos clínicos e 30 leitos de UTI. O risco iminente, que veio à tona em junho, mobilizou a sociedade civil e os políticos da região, entre eles a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) e os deputados federais Daniel Trzeciak (PSDB) e Alexandre Lindenmeyer (PT), que se reuniram com a ministra da Saúde Nísia Trindade, em Brasília, em novembro. No encontro, a comitiva da região expôs o cenário dos hospitais.

A prefeita Paula celebrou o anúncio e destacou a importância da união, tanto do Executivo com os hospitais quanto dos deputados federais, na busca de recursos federais. "Este é o maior incremento desde que Pelotas assumiu a gestão plena de saúde, então foi extremamente positiva essa união entre Poder Legislativo, Poder Executivo e hospitais para viabilizar. Nós levamos a comprovação efetiva para o ministério de que nossa assistência hospitalar estava em risco em Pelotas".

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