Prevenção comprometida

Indefinições sobre radares e no acesso à rodoviária provocam mobilização

Trecho da BR-392 no acesso a Pelotas pela avenida João Goulart encontra-se sem radares e há dificuldade na circulação dos ônibus ao terminal rodoviário

Paulo Rossi -

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ainda não possui uma previsão para as lombadas eletrônicas no trecho da BR-392 e avenida João Goulart, considerado um dos principais acessos a Pelotas. Outro fator agravante da via, com quase cinco quilômetros, é a entrada e saída de ônibus da Rodoviária de Pelotas, que tem causado acidentes e transtorno aos motoristas, além de insegurança aos usuários das linhas intermunicipais.

Desde 2017, um grupo de representantes das empresas que operam na Rodoviária busca, junto com o vereador Éder Blank (PDT), alternativa de acesso aos boxes de embarque e desembarque. Por mês, passam pelo local uma média de 280 mil pessoas.

A empresa Expresso Embaixador, inclusive, precisou alterar o itinerário dos coletivos que partem da Rodoviária. Ao invés de atravessar a BR-392/avenida João Goulart, os ônibus retornam até a rótula com a avenida Bento Gonçalves para partir em direção ao Centro de Eventos da Fenadoce. Aos que chegam vindo da garagem, não há alternativa, senão atravessar as duas pistas.

O instrutor da empresa, Gilnei Dobke, 56 anos, diz que as empresas buscam uma alternativa segura. "A gente preza pela segurança, tivemos que alterar nosso itinerário para evitar problemas", cita. No início do mês, um ônibus da empresa Planalto se envolveu em acidente com uma moto.

No projeto apresentado ao Dnit, as empresas pedem a instalação de um refúgio central na pista para os ônibus, que assim precisariam atravessar somente uma das pistas de rolamento para acessar a Rodoviária.

Radares fazem falta
Sem as lombadas eletrônicas, que faziam os veículos trafegarem a 50 km/h, a situação se agravou. No início deste ano, todas foram retiradas. Nova licitação chegou a ser realizada pelo Dnit e uma empresa foi contratada. No entanto, o local permanece até hoje sem fiscalização de velocidade.

"Até por questões da Presidência da República, todo o processo está sendo reestudado. Nós ainda temos um cenário não muito claro e definido para a recolocação das lombadas", comenta Vladimir Roberto Casa, supervisor da unidade local do Dnit. A referência a Jair Bolsonaro (PSL) é em relação ao decreto, lançado em agosto, que suspendeu a utilização de radares, tanto móveis como os estáticos, nas rodovias federais.

Mobilização pela melhoria
No Dnit, tanto as empresas como o vereador Éder Blank ouviram que era necessário aprovar um projeto. Ele chegou a ser apresentado e, solicitadas mudanças, a planta foi adaptada. Desde então, o grupo não recebe resposta do Dnit. Representantes das empresas Expresso Embaixador, Planalto, Rainha, Santa Silvana e Penha chegaram a se reunir com o superintendente estadual em Porto Alegre, no entanto o projeto não avançou. "As empresas estão interessadas em fazer, o município também. Precisamos de uma resposta. Já estamos planejando ir a Brasília para tratar da questão", sinaliza Blank.

Diretor-presidente da Eterpel, empresa pública municipal que administra a Rodoviária, Cláudio Fabrício Montanelli também se diz preocupado com a situação. "Aquilo é um convite a acidentes. Não temos ingerência, mas temos preocupação com a situação do local", diz.

Dnit diz que faltam recursos
O supervisor da unidade Pelotas concorda com a reivindicação e a preocupação tanto das empresas como do vereador. "A gente entendeu que a preocupação é justa e temos essa intenção de promover melhorias no local. Mas infelizmente já faz um bom tempo, nos últimos dois, três anos a dificuldade por recursos tem sido imensa", relata Vladimir. O supervisor cita, ainda, que outras demandas da região também aguardam a chegada de recursos para que obras saiam do papel.

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