Conversa

Integração para manter a diversidade

Grupo de estudos Exatas Diversidades Afro Indígena Brasileiras (ProEdai), da UFPel, realizou ontem palestras com estudantes negras

Jô Folha -

As cotas raciais aumentaram o número de pardos, negros e indígenas nas universidades federais - de 5,5% em 2005, a fatia de negros de 18 a 24 anos cursando graduação aumentou para 12,8% dez anos depois. E esse se mostrou um grande avanço no Brasil. O próximo passo é mantê-los em sala de aula. Para tal, foi criado o grupo de estudos Exatas Diversidades Afro Indígena Brasileiras (ProEdai), dentro do Centro de Engenharias da UFPel.

Na terça-feira (16), o projeto desenvolveu a palestra Da adversidade à diversidade, com falas de estudantes negras sobre como são difíceis e como podem se tornar mais fáceis a vida acadêmica e o ingresso no mercado de trabalho.

O ProEdai teve início em 2017 com o objetivo de integrar os 200 alunos cotistas raciais que fazem parte dos 1,5 mil alunos do Centro de Engenharias da UFPel. De acordo com o professor Gilson Porciúncula, um dos idealizadores, essa união é feita através de apoio pedagógico para que estes alunos permaneçam dentro de cursos que já são naturalmente difíceis - ainda mais para quem vem do sucateado ensino básico público. “A ideia é fortalecê-los para que se empoderem.”

A palestra trouxe três exemplos de negras que fizeram desaparecer como pó os obstáculos. Jhéssika Rose, da Engenharia Elétrica e Eletrônica da PUC/RS, e Ana Vargas e Jessica Ferreira, ambas da Engenharia de Produção, dividiram experiências com a plateia com o objetivo de mostrar que ninguém está sozinho e que a união fortalece a luta.

Aos 24 anos, Jessica tem vivência em intercâmbio na Califórnia, Estados Unidos, conquistado a partir do programa Ciência sem Fronteiras. Voltando, o foco foi trabalhar em uma multinacional. Veio o estágio como analista de produtividade na Yara Brasil, empresa onde posteriormente ela seria efetivada exatamente em programa voltado a aumentar a diversidade no quadro de funcionários.

O caso dela não é isolado. Outras empresas, como a Microsoft, na qual trabalha a também pelotense Lisiane Lemos, têm criado projetos como este de olho nos resultados de pesquisas recentes. Um estudo da consultoria McKisney & Company, por exemplo, revelou que empresas cujas equipes executivas tenham mais diversidade étnica têm probabilidade 33% maior de superarem os lucros das concorrentes. “Tem mais troca entre os funcionários, o que os leva a serem mais criativos, mais abertos a ideias diferentes e a aprenderem a se comunicar com mundos e realidades diferentes”, opina Jessica.

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