Imposto de Renda
Leão irá rugir mais alto e mais forte em 2016
Aumento no imposto é consequência da decisão do governo federal em não corrigir a tabela que determina o valor do IR do ano passado para este
Não é apenas com a educação, a saúde e a alimentação que os gastos da população brasileira aumentaram. A declaração do Imposto de Renda (IR) à Receita Federal também pesará mais no bolso dos trabalhadores em 2016. Para falar de forma mais específica - e preocupante - pesará o dobro do que a realizada no ano passado. E é preciso estar atento: muitos dos que se encaixavam como isentos até então passaram a ser considerados, neste ano, como contribuintes. O prazo para entrega da declaração será de 1° de março até 29 de abril.
O aumento no imposto é consequência da decisão do governo federal em não corrigir a tabela que determina o valor do IR do ano passado para este. O que na prática significa que os salários dos trabalhadores foram reajustados com base na inflação, muitos sem ganho real, mas os valores da declaração seguem os mesmos. Isto faz com o que aquela pessoa física, que era isenta, passe a ser incluída nas faixas de contribuição e, as que já pagavam, paguem mais. O contador Ronaldo Campos explica que isto é chamado de aumento disfarçado, já que engloba grupos da população que não pagavam o imposto. “Essa é uma medida do governo para arrecadar mais e que fará o contribuinte sentir bastante no bolso.”
O imposto é cobrado sempre referente ao ano anterior, ou seja, entre março e abril, serão prestadas contas da renda adquirida em 2015. A renda de 2016 será tributada em 2017 e, assim por diante. Isto significa, de acordo com o contador José Francisco Lamas, que o governo restitui o contribuinte com a sua declaração do ano anterior. “A restituição acaba sendo feita com o dinheiro que foi pago pela própria pessoa no ano anterior, porque o governo segura por meses esse dinheiro enquanto usa o da declaração atual.” Na sua opinião, a forma como o tributo é visto é equivocada. “Se chama renda, mas o salário não é renda. É algo que se acorda todo dia para correr atrás. Renda é algo dado. Em outros países é sobre isso que o IR é cobrado e não no salário.” O profissional acredita que a próxima tabela já venha reajustada.
Caso a correção tivesse sido realizada, Campos explica que, além desta parcela de trabalhadores não ser englobada pelo imposto, os já contribuintes poderiam pagar, a princípio, até 12% menos do que no último ano. Está previsto que, nos próximos meses, cerca de 28,5 milhões de trabalhadores sejam tributados pelo IR. O número é 2,1% superior ao de 2015, que teve 27,9 milhões de declarações.
Quem declara ou não o IR ?
Quem ganha até R$ 1.903,98 ao mês está isento do imposto de renda. Já nas faixas entre R$ 1.903,99 e R$ 2.826,65, os contribuintes devem pagar em torno de 7,5% de IR. Já a alíquota de 15% deverá passar a incidir nas rendas que ficam entre os valores de R$ 2.826,66 e R$ 3.751,05.
Na quarta faixa de contribuição, os cidadãos que ganham de R$ 3.751,06 e R$ 4.664,68 pagarão um valor de imposto equivalente a 22%. A maior alíquota que é a de 27,5% deverá ser aplicada para todos os que receberem valores a partir de R$ 4.664,69.
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