Ao lado de uma pichação contrária à extinção do Ministério da Cultura (MinC), as esquadrias de uma das janelas do Casarão 2 - Centro Cultural Adail Bento Costa, onde funciona a Secretaria de Cultura de Pelotas (Secult) - se encontra descascada e enferrujada. No Diário Oficial da União do último dia 13, a prefeitura anunciou a contratação, mediante processo licitatório, de empresa para recuperar tal parte da estrutura do prédio.

Ao Diário Popular, a gerente de patrimônio da Secult, Gisela Frattini, disse que ao todo serão 46 esquadrias externas de madeira a serem trocadas em portas e janelas das fachadas oeste e sul do prédio, além do terraço frontal. “Será um trabalho de carpintaria e marcenaria, algumas precisarão ainda de enxerto. As estruturas atuais já estão muito desgastadas, por conta da chuva e do sol”, explica.

Tratam-se de mecanismos de conservação de um dos três prédios que formam uma espécie de tríplice do Centro Histórico de Pelotas - se juntam a ele os casarões 6 e 8, este atualmente sede do Museu do Doce. “A madeira atual está cada vez apodrecendo mais, e isso já está ocasionando entrada de água dentro da casa”, prossegue a servidora.

As empresas interessadas deverão entregar os envelopes com habilitação e proposta de preço no dia 28 deste mês, às 11h. A partir da ordem de serviço, serão até 120 dias corridos para que os reparos sejam concluídos. A previsão orçamentária é de R$ 188.725,00, oriundos da Secult.

Espera
A reforma que recuperou o Casarão 2 foi feita em 2005, assim como tantos outros do Centro Histórico de Pelotas, a partir de recursos do programa Monumenta, do governo federal. Dez anos após o restauro, o Diário Popular publicou reportagem em que alertava para a necessidade de novas intervenções na estrutura interna e externa. Entretanto, de acordo com o setor de patrimônio da Secult, não houve reparos nas esquadrias da casa histórica desde o restauro, há 13 anos.

Em relação aos casarões 6 e 8, o 2 apresenta ainda outro desgaste: a pintura. Desbotamento e descascamento são alguns dos problemas visíveis - além de pichações, que não necessariamente são um problema. Também de acordo com o setor de patrimônio da Secult, existe a ideia de fazer reparos nesse sentido, mas ainda não há um projeto nem verba aprovada para tal.