Projeto

Mais acessibilidade para deficientes visuais por meio de cores

Informativo propõe o reconhecimento de diferentes condições conforme a cor da bengala que a pessoa utiliza

Foto: Jô Folha - DP - Atualmente, o Serviço de Reabilitação Visual atende 80 pessoas com algum tipo de deficiência visual

Com a finalidade de promover uma inclusão mais efetiva e maior independência da população com deficiência visual, foi lançado na manhã desta segunda-feira (3), na Escola Louis Braille, o informativo sobre bengalas de diferentes cores para identificação dos graus de condições dessas pessoas. A iniciativa é resultado de uma lei sancionada no Município há dois anos determinando também que a informação sobre as bengalas e suas respectivas usabilidades devem ser promovidas publicamente. Em Pelotas, no Serviço de Reabilitação Visual, são 80 pessoas com algum tipo de deficiência visual.

A diferenciação entre as condições de visão se dá por meio de quatro cores (confira a seguir). Por meio de informativos espalhados pelo Município, o objetivo central da legislação é instruir a população em geral e agentes públicos sobre maneiras de se comunicar e orientar adequadamente essas pessoas.

Uma das pessoas que participaram da elaboração da lei, de autoria do então vereador Sidnei Fagundes (PT), a aposentada Regina Bastos conta que a ideia foi levada por ela ao parlamentar em 2019, quando ele ainda era assessor de um deputado estadual. "Ainda tem muito o que se fazer em termo de inclusão, mas é um primeiro passo. É gratificante ser uma das pessoas que batalhou e conseguiu dentro da comunidade uma lei que beneficia tantas pessoas assim."

Sendo uma pessoa com baixa visão, ela explica que a proposição surgiu a partir da sua experiência de vida. A condição é confundida com cegueira total, no entanto, com a deficiência ainda é possível realizar algumas tarefas visuais como mexer no celular, por exemplo. Neste sentido, a falta de conhecimento geral pode causar constrangimento a essas pessoas pela falta de compreensão geral da necessidade dela de bengala para locomoção, mas também da capacidade que possuem de enxergar em alguns aspectos. "Somos mais de seis milhões de pessoas no Brasil que têm essa condição", afirma Regina.

A partir da promulgação da lei e do lançamento do informativos, Regina ressalta que agora o cerne da legislação, a propagação para a população, tem que ser colocada em prática pelo Município. Além disso, outra questão que ainda tem que ser aperfeiçoada é a fabricação das bengalas coloridas em maior número. Para identificar que possui a baixa visão, a aposentada colou um papel adesivo verde na bengala que utiliza, já que a maioria dos acessórios para mobilidade são brancos ou metálicos. "As minhas duas bengalas são plotadas, eu comprei o papel contact e coloquei."

Acessibilidade despercebida
Sandro Martinez desenvolveu baixa visão em 2021 e conta que até aquele momento nunca tinha percebido a essencialidade de recursos simples como pisos táteis para mobilidade urbana. "Antes eu não tinha noção de nada, só fui saber quando perdi a visão e comecei a precisar de recursos." O aposentado iniciou utilizando a bengala verde, entretanto, agora a ferramenta é branca, já que a sua condição evoluiu para grau de cegueira. "Para mim o deficiente visual não tinha essa identificação de baixa visão ou cegueira total, então quanto mais informação melhor para a população", destaca.

Pessoas com deficiência visual em Pelotas, conforme a Secretaria de Saúde
São 80 PCDs do Serviço de Reabilitação Visual - Associação Educacional Louis Braille
- 28 pessoas com CID H54.0 - Cegueira em ambos os olhos
- 11 pessoas com CID H54.1 - Cegueira em um olho e visão subnormal em outro
- 31 pessoas com CID H54.2 - Visão subnormal em ambos os lados
- 10 pessoas com CID H54.4 - Cegueira em um olho

As cores das bengalas e seus significados
Branca - Pessoa cega
Verde - Pessoa com baixa visão
Branca e vermelha - Pessoa com surdocegueira, ou seja, com perda auditiva e visual concomitante

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