Pesca

Mais camarão, preço menor

Com maior quantidade chegando às peixarias, levar a iguaria para casa começa a ficar menos pesado no bolso

Paulo Rossi -

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Aos poucos, oferta do camarão está aumentando nas peixarias e se refletindo no preço (Foto: Paulo Rossi - DP)

Ainda não dá para dizer que está barato. Longe disso. Mas a boa notícia é que, um mês após o início da safra, o camarão é artigo mais presente na Lagoa dos Patos e, com isso, o preço para o consumidor aos poucos começa a baixar. O resultado é que pescadores acreditam em dias melhores enquanto comerciantes antes reticentes com relação às vendas já se mostram mais entusiasmados com as vendas.

Diferentemente dos primeiros dias de liberação da captura, quando a espécie aparecia somente na área da Lagoa dos Patos mais próxima ao oceano, em Rio Grande, agora já é possível encontrar o camarão em água mais internas, perto da Colônia Z-3. O que tem aumentado a captura e a distribuição do crustáceo no mercado, fazendo com que o preço do quilo esteja em média R$ 10,00 mais barato em comparação ao praticado há duas semanas.

Nesta sexta-feira (2), na Colônia Z-3, o camarão com casca estava sendo vendido por cerca de R$ 20,00, enquanto que o limpo custava entre R$ 40,00 e R$ 45,00. Trabalhadora de uma das peixarias, Osvaldina Roldão diz que mesmo ainda não considerando barato, os compradores não deixam sobrar a iguaria. “É chegar e vender. A procura é muito grande e se tivesse mais, continuaria vendendo todo”, diz. Com dois pescadores fixos como fornecedores, ela conta que para não ficar sem produto o comércio acaba adquirindo também camarão de fora. Porém, garante que a preferência é sempre pelo da lagoa.

No Centro, 70% das vendas
O período sem safras parece ter deixado saudade do camarão da Colônia. É a impressão que tem Leandro Bastos, morador da Z-3 e há 17 anos trabalhando em peixaria no Mercado Público. Segundo ele, após cinco anos sem que o comércio pudesse oferecer o produto genuíno dos pescadores artesanais da região, a atual safra tem gerado uma corrida. Mesmo que seja preciso desembolsar na cidade desde pouco mais de R$ 20 até R$ 72 pelo quilo do pescado, dependendo do tamanho e se é com casca ou limpo.

“Aos poucos o preço está baixando. De 15 dias para cá já diminuiu uns R$ 10,00 e deve cair mais conforme começa a aparecer aqui perto na lagoa. Hoje o camarão representa 70% de todas as vendas e deve continuar assim pelo menos até o início de abril”, explica.

Boas novas para a Semana Santa
Com a experiência de 47 anos na captura do camarão, Élio Sabino, 65, lembra que a safra de 2018 não será um terço da registrada em 2012, quando os pescadores da Z-3 retiraram da lagoa cerca de seis mil toneladas do crustáceo. Ainda assim, diz ele, o momento é de boas notícias.

“A perspectiva é boa diante das possibilidades. De umas duas semanas para cá a água salgou e o vento tem ajudado a encher a lagoa. Dá para apostar que a partir do dia 20 o camarão vai aparecer em maior quantidade e qualidade. Não vai faltar para a Semana Santa”, projeta o pescador. Segundo ele, se não vai ser possível um grande faturamento, pelo menos todos os pescadores conseguirão cobrir os custos e ainda ficar com algum lucro no bolso. Além, é claro, de saciar a vontade dos consumidores que recorrem às peixarias

 

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