Sob uma chuva fria e intensa, os mais de 20,7 mil estudantes de dez cidades da Zona Sul do Estado se somaram aos quase quatro milhões de todo o País para voltar às salas de aula e responder mais 90 questões de Matemática e Ciências Naturais do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo, segundo e último dia de seletiva. Na entrada do Campus Anglo, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), os quase dois mil candidatos carregavam, além da caneta esferográfica de tinta preta, documento de identificação e o cartão de confirmação de inscrição, a esperança de ingressar em uma universidade pública pela principal seletiva atual.

O mau tempo fez com que o movimento de veículos no local fosse intenso. Todos queriam um melhor espaço para deixar o candidato, sem que este pisasse em poças d’água e assim ter que enfrentar cinco horas de provas com os pés molhados. Teve gente que não conseguiu e, do portão até os prédios, foram “esfriando a cabeça” antes da temerosa prova de exatas. Mesmo com tanta instabilidade climática, ninguém chegou atrasado por lá. Após o fechamento dos portões, a presença era de alguns pais, que pela ansiedade, preferiram esperar pelo filho em frente ao Anglo.

Expectativa

João Vitor Dittgen Ropke, 18, quer cursar Engenharia Civil e diz que a prova de Matemática é mais fácil para ele do que a da semana passada, por ser uma área que gosta. “Eu acredito que tiro umas 40 das 45, pois me dediquei bastante.” Já a amiga Taís Feldens Guths domina mais as humanas. Tanto que gostou do tema da redação. “Foi um tema fácil de escrever mas ao mesmo tempo fácil de se perder. Mas acredito alcançar 900 de nota”, disse orgulhosa a jovem de 17 anos que pretende cursar Pedagogia e depois Música pela UFPel. Para vencer o medo da Matemática, disciplina que teve dificuldade este ano, ela correu atrás, fez cursinho e contou muito com a ajuda do pai.

Para não perder tempo, a turma de amigos buscou dicas, principalmente, nas redes sociais, e vão seguir a estratégia de começar a prova de frente para trás, olhando as que têm domínio e as fazendo para deixar as mais difíceis para o final. “Primeiro eu vou analisar as que eu tenho mais facilidade”, revelou a candidata a uma vaga ao curso de Agronomia da UFPel, Karina Bosembecker, de Morro Redondo. Mas a realidade para todos é manter a calma e a concentração na hora da prova. Nesta segunda prova, os candidatos responderam questões objetivas de Química, Física, Biologia e Matemática.

Abstenção

No primeiro dia de aplicação do Enem, que ocorreu no último dia 5, os participantes fizeram provas de Língua Portuguesa; Literatura; Língua Estrangeira (Inglês ou Espanhol); Redação; Artes; Educação Física; Tecnologias da Informação e Comunicação; História; Geografia; Filosofia e Sociologia. Segundo dados do Inep, dos 3.933.970 inscritos para a prova, cerca de 858 mil não compareceram, ou seja, 28,1% de abstenção. Os dados são preliminares.

Perfil

Dos mais de 3,9 milhões de candidatos, 159.734 pessoas estão inscritas no Enem 2023 no Rio Grande do Sul. O número representa 4,1% do total de participantes. Para tanto, foram precisos 5.817 salas em 347 locais de provas em 106 municípios gaúchos. As mulheres são maioria, com 62,7% (100.126) das inscrições, enquanto homens representam 37,3% (59.608). Dos participantes, 50,5% (80.721) são isentos da taxa de inscrição e 49,5% (79.013) a pagaram.

Números de inscritos na Zona Sul

Pelotas - 10.057

Rio Grande - 6.694

Canguçu - 863

São Lourenço do Sul - 701

Santa Vitória do Palmar - 539

Jaguarão - 426

Capão do Leão - 423

São José do Norte - 380

Arroio Grande - 326

Piratini - 317