Covid-19
Mais de 3 milhões de gaúchos com doses em atraso
Das mais de 9,3 milhões que fizeram a primeira aplicação, 657 mil não compareceram para completar o esquema vacinal
Dados do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) apontam que mais de três milhões de pessoas estejam com alguma dose contra o coronavírus em atraso no Rio Grande do Sul. Isso representa um maior risco do desenvolvimento de casos graves e mortes pela doença, conforme já apontou estudo da Secretaria da Saúde (SES), principalmente entre os idosos. Nesta faixa etária, a pessoa com dose de reforço teve até 21 vezes menos risco de óbito, em comparação com aquelas não vacinadas.
Apesar de mais de 90% da população do Estado já ter feito pelo menos uma dose da vacina, ainda é grande o número daquelas que não voltaram para receber a segunda. Das mais de 9,3 milhões que fizeram a primeira dose (do esquema de duas), 657 mil estão com a segunda em atraso. Elas representam aquelas que deixaram expirar o prazo para completar o esquema primário, que varia de acordo com a vacina recebida: 28 dias (quatro semanas) de intervalo para a Coronavac (adulto ou infantil), 28 a 56 dias para a AstraZeneca (4 a 8 semanas) e entre 21 a 84 dias (3 a 12 semanas) para a Pfizer (56 dias, ou 8 semanas, no caso da dose infantil).
Em relação à dose de reforço, são mais de 2,5 milhões de pessoas com ela em atraso, ou seja, com mais de quatro meses desde a segunda dose ou dose única. Isso representa que três a cada dez pessoas que fizeram a segunda dose ou dose única não voltaram no prazo para o reforço. Se todas essas que estão em atraso já tivessem feito a dose, a porcentagem da população gaúcha com dose de reforço passaria dos atuais 31% para 53%.
Segunda dose atrasada
Das 657 mil pessoas com a segunda dose em atraso, quase 38 mil têm 60 anos ou mais, que são aquelas com maior risco de desenvolver casos graves ou ir a óbito. Destaca-se ainda que a grande maioria desse público fez a primeira dose no início da campanha em 2021, ou seja, muitos estão por completar nesses próximos meses um ano de atraso vacinal. Entre essas pessoas com segunda dose atrasada, cerca de 460 mil têm entre 18 e 59 anos e 158 mil têm de 12 a 17 aos.
Reforço em atraso
Entre as mais de 2,5 milhões de pessoas com o reforço em atraso, 494 mil têm 60 anos ou mais. Os adultos dos 18 aos 59 anos representam os demais 2 milhões de pessoas. Essa dose de reforço ainda não foi aberta para os adolescentes de 12 a 17 anos e para as crianças de 5 a 11 anos.
Aumento nos riscos de óbitos
Um levantamento do Cevs divulgado em janeiro constatou a redução nas chances de óbito das pessoas vacinadas em comparação com as demais, principalmente nos idosos. O risco de morte para quem tem 60 anos ou mais foi 21 vezes maior para aquelas pessoas sem nenhuma dose recebida em relação às pessoas com esquema completo mais dose de reforço.
Nesta mesma faixa etária, usando como referência as pessoas com o reforço recebido, quem tem apenas uma dose tem quase cinco vezes mais risco de morte. Nas situações nas quais a pessoa tinha esquema completo sem o reforço, as chances de óbitos foram o dobro quando analisadas com que tinha essa terceira dose.
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