De casa nova
Mais espaço para o atendimento ao autista
Centro especializado muda de endereço e dobra a capacidade de atendimento
Paulo Rossi -
O Centro de Atendimento ao Autista Doutor Danilo Rolim de Moura ganhou uma sede nova. As atividades no novo local começaram nesta segunda-feira (12), junto com o início do ano letivo. Com a mudança, o número de vagas deve dobrar e novas terapias serão incluídas. O contrato para a locação do espaço, localizado na rua General Argolo, 1.801, foi firmado em dezembro do ano passado.
A principal novidade é a ampliação do número de vagas. Hoje, 303 pessoas são atendidas e mais 250 estão na fila de espera. Cerca de 300 alunos devem começar a ser chamados nas próximas semanas, mas isso não implica em zerar a espera. "Nós recebemos cerca de cinco pedidos de vaga por semana", conta a diretora Débora Jacks. Por isso, acabar com a espera é um objetivo quase inatingível.
Novas formas de atendimento também devem fazer parte do cotidiano do Centro. Sessões de estimulação sensorial e estimulação psicomotora começam já nas próximas semanas e se juntam às já existentes ludoterapia, arte terapia, fonoaudiologia e outros. Para isso, profissionais da área da Terapia Ocupacional serão chamados. Cada atendimento dura 45 minutos e é realizado individualmente ou grupos de até quatro pessoas.
O ano foi iniciado ainda sem acréscimo no número de atendidos e nas terapias para facilitar a adaptação dos alunos antigos. Uma das características do autista é a dificuldade em lidar com mudanças na rotina, explica Débora. "Estamos preparando eles para essa troca desde o fim do ano passado", comenta. O esforço deu certo. No primeiro dia, os alunos não se sentiram desconfortáveis no novo local.
O Centro surgiu de uma luta das mães que perceberam a necessidade de um local especializado. "As próprias escolas regulares tinham dificuldade de lidar com eles", pontua a diretora. Atualmente, há uma interação entre profissionais do lugar e as escolas das redes pública e privada. "Trabalhamos para que eles consigam superar as dificuldades que enfrentam lá fora", fala Débora.
Na casa do pequeno Pedro, de quatro anos, as transformações positivas foram sentidas rapidamente. "Vi uma mudança muito brusca no comportamento, na interação com outras crianças e no desenvolvimento dele", analisa a mãe Bárbara Blanco. O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) veio em fevereiro do ano passado, pouco depois de o menino completar três anos. Quatro meses depois, ele conseguiu uma vaga para atendimento no Centro.
Se não houvesse o local, Bárbara acredita que o acompanhamento do filho seria complicado. "O atendimento na rede particular é caríssimo", fala, lembrando que são necessários diversos profissionais no atendimento ao pequeno. Ele é atendido em uma turma de Intervenção Precoce, dedicada a crianças de até cinco anos, e realiza atividades de ludoterapia e estimulação essencial. Os mais velhos participam do Atendimento Educacional Especializado ou do Atendimento Psicopedagógico.
Saiba mais
- Desde 2014, quando foi inaugurado, os atendimentos eram feitos em um prédio alugado na rua Gonçalves Chaves.
- Agora, a sede está localizada na rua General Argolo, 1.801, antigo Hospital Cruz de Prata.
- O aluguel custará R$ 15 mil ao mês à prefeitura.
- A área, de 1,2 mil metros quadrados, tem cerca de 30 salas, 20 banheiros individuais, espaço externo e estacionamento.
- O Centro atende crianças e adultos de Pelotas e de cidades da região.
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