Educação
Mais uma conquista para a UFPel
Biotério Central da instituição pelotense será uma das três unidades gaúchas a integrar a Rede Nacional de Biotérios
Carlos Queiroz -
A partir deste ano, o Biotério Central da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) passará a integrar a Rede Nacional de Biotérios de Produção de Animais para Fins Científicos, Didáticos e Tecnológicos (Rebioterio), entidade ligada ao Conselho Nacional para Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A conquista é de extrema importância para o setor, que já correu o perigo de fechar e agora se consagra como um dos 26 biotérios que fazem parte da rede, sendo que apenas três são oriundos do Rio Grande do Sul. A otimização da produção animal é um dos primeiros passos para que 2019 seja mais um ano de captação de recursos e conquistas para a UFPel.
O Biotério é uma unidade ligada à vice-reitoria e sua principal função é a criação de animais para experimentação científica. O setor é utilizado por pesquisadores e atende a vários Programas da Pós-Graduação (PPGs) e alunos da iniciação científica. Lá, ratos, camundongos e hamsters são utilizados em pesquisas da Bioquímica e Bioprospecção, Biotecnologia, Educação Física, Nutrição, Odontologia, Parasitologia, Química, Veterinária e Zootecnia. Ou seja, cursos pertencentes às diversas unidades acadêmicas da universidade necessitam do espaço.
Consequentemente, melhorias precisam ser feitas constantemente. Esse foi o principal desafio encontrado pela chefe Ethel Wilhelm, a subchefe Márcia Mesko e pela veterinária responsável, Anelize Félix, desde que assumiram a gestão do setor em julho de 2018.
O custo anual para manter a unidade é de R$ 1 milhão por ano. Parece pouco, quando comparado à dimensão de uma instituição como a UFPel. Contudo, é um ambiente que possui diversas regras, que controlam quem entra lá dentro e a maneira como entra. “A gente prima pelo padrão sanitário”, ressalta Márcia. Fazia cerca de dez anos que o Biotério Central não era contemplado em editais, mas o cenário mudou quando as três mulheres assumiram a direção: agora, já foram contempladas em dois importantes editais. Os resultados obtidos por Ethel, Márcia e Anelize mostram que a intenção da equipe é de que o Biotério se qualifique cada vez mais e vire referência nacional. Mesmo com uma redução do quadro de funcionários - de 16 para oito -, a busca por uma qualificação padrão é constante.
Segurança
Em 2018, a oportunidade dada pela Finep - financiadora de inovação e pesquisa - rendeu o investimento de quase R$ 300 mil, destinados à infraestrutura do local. As gestoras explicaram que, uma vez que 90% dos PPGs utilizam o Biotério, é preciso produzir animais com uma melhor qualidade; se menos interferências forem feitas, uma quantidade menor e melhor de animais são produzidos. É essencial, também, que o ambiente seja completamente isolado, para evitar contaminações externas. Além disso, um pesquisador só trabalha dentro do setor mediante aprovação em um comitê de ética. Por isso, tanta burocracia e a necessidade de investimento. Agora, o edital lançado pelo CNPq para criar a rede de biotérios foi mais uma conquista de grande impacto. “As noites mal dormidas foram recompensadas”, comemora Márcia.
A pesquisa e o desenvolvimento da ciência depende do Biotério. “Ninguém enxerga isso”, lamenta Márcia. A adesão à rede vai promover a otimização da produção animal, bem como a aplicação de princípios éticos para uma produção dentro dos parâmetros internacionais de bem-estar animal. De acordo com o coordenador de Inovação Tecnológica, Vinícius Farias Campos, antigamente os animais produzidos no Biotério da UFPel eram vendidos para outras instituições. A mudança veio e hoje a produção é para fins de pesquisa da própria universidade. São poucas instituições de ensino que possuem seu próprio biotério, então é preciso aproveitar da melhor maneira, promovendo melhorias. “A universidade quer o modelo que é usado no mundo inteiro”, finaliza.
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