Emprego
Mais vagas para que elas retornem ao trabalho
Mulheres foram mais de 80% do público que procurou agência FGTAS/Sine em Pelotas em busca de emprego
Gabriel Huth -
Mais atingidas pelo desemprego no ano passado, mulheres tiveram uma oportunidade de ter prioridade nos encaminhamentos do Sine (Foto: Gabriel Huth - Especial DP)
Em geral dividido quase que igualmente entre os gêneros, o espaço da unidade FGTAS/Sine de Pelotas onde ficam à espera de atendimento os candidatos a uma oportunidade de emprego esteve ocupado nesta sexta (16) pelas mulheres. Em um dia especial com foco em vagas destinadas às trabalhadoras, das 351 assistências prestadas, 287 (81%) foram ao público feminino.
Desde a abertura das portas, às 8h, até às 16h elas foram chegando aos guichês dedicados exclusivamente à ação Empregar RS Mulheres - quatro dos oito disponíveis na agência. Os outros quatro ficaram para público geral, tanto homens quanto mulheres, que eram chamados conforme ordem de chegada. Mais do que currículos, carteiras de identidade e CPFs, as candidatas carregavam esperança de voltar ao mercado de trabalho nas 198 vagas captadas na cidade.
Auxiliar de cozinha durante quase três anos, Natália Flores, 26, moradora do Loteamento Ceval, foi demitida no começo do ano passado. Entrou para uma fila enorme que atingiu em cheio as mulheres em 2017: do saldo negativo de 614 postos de trabalho perdidos conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged/MTE), 599 foram de mulheres. “Tenho esperança de sair daqui com alguma coisa encaminhada. Estou há um ano procurando e está bem difícil. Meu marido também está sem emprego e hoje o que nos mantém é só o seguro dele”, conta, preocupada com o sustento de dos filhos de dois e seis anos de idade.
Enquanto Natália luta esse tempo todo batendo de porta em porta em Pelotas para se recolocar, Berenice Silva, 44, tentou uma chance de voltar a ter carteira assinada até fora do Estado. “Tenho experiência em vendas e na área administrativa. Mesmo assim faz mais de um ano que não aparece uma oportunidade. Já passei um tempo em Florianópolis, onde tenho família, e agora retornei. Nada ainda”, lamenta. Na sexta, porém, saiu mais confiante, com dois encaminhamentos para entrevistas. A exemplo dela, outras 108 mulheres foram direcionadas a pelo menos um processo seletivo.
Qualificação ainda é desafio
Coordenador da FGTAS/Sine em Pelotas, Glauber Bürkle diz que a exigência de conhecimento e experiência nas áreas pretendidas continua sendo o grande obstáculo encontrado por quem procura recolocação no mercado. Segundo ele, os empreendimentos pedem qualificação que muitos candidatos não têm, fazendo com que vagas fiquem ociosas ou sejam preenchidas em processos seletivos internos, sem que possa haver direcionamento através da agência. “Outra dificuldade e que pedimos a colaboração é para que as empresas nos deem retorno sobre a contratação ou não de quem indicamos. A maioria faz isso, porém muitas não dão esse retorno e acaba nos gerando uma estatística errada de recolocação”, explica.
Dentre os setores que mais estão abrindo postos de trabalho nas últimas semanas em Pelotas estão o transporte (motoristas de caminhão), comércio, saúde e indústria.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário