Saúde
Maternidade da Santa Casa é reaberta
Médicos obstetras e pediatras foram contratados para o atendimento dos 19 leitos
Jô Folha -
Após enfrentar momentos árduos causados pela falta de repasse dos recursos estaduais, a Santa Casa de Misericórdia de Pelotas precisou optar pela contratação de empréstimos bancários para recuperar sua precária situação financeira. Negociações com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) resultaram também em um plano de estratégias para continuar prestando serviços essenciais à população. Fechada desde agosto, a Maternidade do hospital será reaberta neste sábado. Serão 19 leitos, que contarão com o serviço de médicos obstetras e pediatras contratados para atender gestantes de baixo risco.
A falta de verbas e a defasagem de valores da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) há mais de 16 anos geraram um déficit financeiro mensal de R$ 170 mil. Medicamentos não eram entregues e insumos não eram garantidos, e isso prejudicou e inviabilizou o trabalho realizado na unidade hospitalar. A instituição precisou, até mesmo, de doações da comunidade. Somado a esse apoio, a atual gestão buscou a ajuda da SMS para traçar estratégias e recuperar o trabalho feito por setores que foram fechados. Acompanhado e fiscalizado pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MP/RS) e pelo Conselho de Saúde, o processo foi uma “grande negociação”, considera a secretária de Saúde Ana Costa.
O provedor da Santa Casa, Lauro Ferreira de Melo, explica que foi feita uma revisão de rotinas e contratos para que os profissionais pudessem atuar na unidade. Toda a questão técnica foi atendida mediante uma recomendação do Conselho Federal de Medicina (CFM) e o aporte financeiro de R$ 150 mil será dado por mês pela Secretaria de Saúde. “Conseguimos conquistar isso”, destaca. As duas principais condicionantes foram atendidas conforme deveriam ser, e “hoje a gente tem a garantia de ter a escala de dez pronta e uma equipe de obstetras e pediatras com contratos assinados”, finaliza.
Alívio após as dificuldades
Ainda segundo a secretária, a parceria firmada entre prefeitura, SMS e servidores foi essencial “diante do cenário assustador”. A união e o esforço em busca de recursos vão regularizar o serviço prestado. Agora, a Maternidade voltará a atuar de maneira adequada e realizar 150 partos no hospital, ou seja, vai atender a demanda real. Isso tranquiliza os profissionais, a população e, principalmente, as gestantes. A vida da mulher e do bebê será preservada e o nascimento será como deve ser: “um momento de alegria”. Ana Costa enaltece e agradece o trabalho feito pelo Hospital Universitário São Francisco de Paula, da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), e ao Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), bem como o suporte dado pelo Pronto-Socorro (PSP).
Relembre
7 de agosto
A situação financeira da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas beira ao colapso. Com os repasses do governo estadual em atraso desde o fim do ano passado, a instituição acumula dívidas com fornecedores e precisa parcelar a folha de pagamento. O reflexo disso é o fechamento de 19 leitos na Maternidade e 14 em outras alas do Sistema Único de Saúde (SUS). Por consequência, o Pronto-Socorro de Pelotas (PSP) passa a registrar superlotação.
14 de agosto
Mesmo sem ter os repasses estaduais normalizados, a Santa Casa tenta restaurar o atendimento na Maternidade. Outros hospitais da cidade e da região mantêm sobreaviso para absorver a demanda. Com a pausa na prestação do serviço, os obstetras que trabalhavam no setor são dispensados.
26 de setembro
A situação das maternidades em Pelotas é cada vez mais complicada. Depois do fechamento dos 19 leitos do SUS na Santa Casa, as gestantes que dependem do sistema público de saúde ganham uma preocupação extra no momento de dar à luz. Sem mais espaço nos hospitais de referência, até o Pronto-Socorro de Pelotas (PSP) precisa improvisar salas de parto.
30 de novembro
A reabertura da Maternidade da Santa Casa, prevista para o dia 1º de novembro, não é garantida. O motivo é um impasse sobre o número de pediatras de plantão.
8 de dezembro
Resolvido o impasse, a Maternidade reabre os 19 leitos.
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