Mudança

Migração divide as rádios AM

Na primeira etapa, cerca de 960 emissoras poderão operar na faixa atual de FM, de 88 megahertz (MHz) a 108 MHz

Paulo Rossi -

As rádios AM Universidade Católica de Pelotas (RU) e Tupanci vão migrar para a FM em busca de um sinal de melhor qualidade, mas vão manter suas programações, adiantam os diretores das emissoras. Já a Pelotense e a Cultura não devem aderir à mudança proposta pelo governo federal. A Pelotense opta por continuar com a abrangência regional que tem e a Cultura considera ainda não existirem regras claras que definam o processo.

A Rádio Universidade (RU) aguarda os trâmites do processo de migração há mais de três anos. Trata-se de um caminho complexo, que inclui muita burocracia e vontade política, comenta o diretor da emissora, padre Marcus Bicalho. Segundo ele, o equipamento necessário para a troca de faixa já foi adquirido e agora é só uma questão de tempo. Ele acredita que a autorização deve sair ainda este ano, antes das eleições.

A Tupanci ingressou com o pedido no ano passado por acreditar que a melhora no sinal é o caminho para acompanhar o avanço da tecnologia. O diretor Jorge Malhão destaca que migrar para a FM é o primeiro passo, pois o próximo deverá ser o funcionamento da rádio digital. A exemplo da RU, a ideia é manter a mesma programação com que a emissora se fortaleceu no mercado.

A Pelotense, contudo, não avalia que a qualidade do sinal seja mais importante do que a abrangência da emissora. De acordo com o diretor da Rádio, Paulo Luiz Góz, não resta a menor dúvida de que a qualidade do som da FM é melhor, mas o alcance da AM é infinitamente superior. Observa que a Pelotense tem uma história e um caráter regional. “Nós entendemos que não podemos abrir mão dessa condição de reunir o pensamento de toda a região através de um veículo de comunicação”, afirma.

Observa que a antena da Pelotense está preparada para transmissão estéreo, mas não há receptor no mercado brasileiro com a banda AM. “Todo nosso equipamento e sistema bastariam se tivéssemos um receptor estéreo”, diz. Por estar instalada praticamente à beira da lagoa, a antena da emissora tem um alcance muito grande, chegando até a Serra e a Rota do Sol. Mesmo que fuja em algum ponto antes disso, devido à interferência do sinal de outras rádios, quando ultrapassa a interferência volta normalmente.

Na Cultura a ideia é ir até os prazos finais ou até que o governo acene com uma condição boa para migrar. Por enquanto, na avaliação do diretor Wagner Rodrigues, o processo não está bem definido e as regras não são claras no que envolve a técnica e o lado financeiro. “Há indagações ainda”, comenta Rodrigues, ao salientar que o mercado impulsiona para a migração.

Leva em conta também o alcance da AM, mas ao mesmo tempo relata que com a evolução tecnológica os aparelhos interferem nas ondas de AM, que têm o ruído como prejuízo final. “A nossa é uma rádio regional e para se manter isso tem de ter um transmissor muito potente. Mas aí a conta de luz aumentaria absurdamente”, ressalta. Essa questão também foi apontada pelo diretor da Pelotense.

Números no país
No início deste mês o governo federal anunciou que publicaria decreto com prazo de 180 dias para que os interessados em migrar para a FM fizessem a solicitação. Das 1.781 rádios AM no Brasil, 1,5 mil pediram a mudança. Na primeira etapa, cerca de 960 emissoras poderão operar na faixa atual de FM, de 88 megahertz (MHz) a 108 MHz. As demais candidatas terão de esperar a conclusão do processo de digitalização da televisão, que vai liberar espaço para a modificação, segundo informa a Agência Brasil.

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