Dilema

Mobilização freia mudança na jornada de trabalho dos educadores sociais

Trabalhadores de abrigos e Centros de Referência de Assistência Social (CRAS)

Gabriel Huth -

Foi suspensa a alteração nas jornadas de trabalho dos educadores sociais, profissionais que atuam em abrigos e Centros de Referência e Assistência Social (CRAS) de Pelotas. Após críticas da categoria, que realizou reunião com o Sindicato dos Munipários de Pelotas (Simp) na manhã de quarta-feira (1º), a mudança, proposta pela Secretaria de Assistência Social (SAS), foi suspensa pela prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) pelo menos até a próxima segunda-feira (6).

A mudança altera a jornada do turno da noite de oito abrigos e seis CRAS da cidade. Atualmente, os funcionários trabalham em um regime de 12 horas com folga seguinte de 36. No turno da noite, por exemplo, entram às 19h e saem às 7h. Na tabela que a secretaria pretende estabelecer, este turno será dividido em duas turmas: uma das 16h às 22h e a outra das 22h às 7h. Os finas de semana, antes cobertos por equipes plantonistas, serão também inseridos na jornada - uma turma no sábado, a outra no domingo.
Isso porque, de acordo com a diretora executiva da secretaria, Daniela Duarte, a atual carga horária não preenche as 220 horas mensais previstas em contrato. "Como alguns acabavam fazendo 170, 180 horas, fizemos essa reorganização", justifica.

Entre os servidores, existem preocupações principalmente no que diz respeito à segurança. No atual regime, o horário das 19h determina quando uma turma sai e a outra entra nos abrigos. No novo formato, a troca passa a ocorrer às 22h, ou ainda 22h30min, quando as paradas de ônibus costumam ficar mais vazias e, por consequência, mais perigosas. No caso de dois locais específicos, Casa do Carinho e Casa do Idoso, a situação piora: não há pontos de transporte público em frente.

90% dos 106 educadores sociais concursados - existem mais 75 contratados temporários - são mulheres. Denise Macedo Souza trabalha na Casa do Carinho, localizada no Areal, mas mora na Santa Terezinha. Ela precisa de dois ônibus para fazer o trajeto, de volta para casa, que iniciaria às 22h ou 22h30min, dependendo do dia, terminaria apenas à meia-noite - e teria ainda uma troca de transporte no meio do caminho. "Já teve vez, inclusive, em que pedi para um motorista para subir fora da parada e ele não permitiu. Então é muito perigoso, principalmente em uma cidade com tantos assaltos a transporte coletivo como Pelotas", reclama.
Outra crítica ao novo horário diz respeito ao horário de intervalo - obrigatório quando a jornada alcança oito horas. "Em princípio nós nem mesmo paramos, porque essa pausa significa deixar as pessoas sem atendimento. Mas, caso paremos, para onde iremos de madrugada? Vamos acabar ficando no abrigo e, consequentemente, trabalhando mais essa hora", diz.

Audiência pública
A vereadora Fernanda Miranda (PSOL) convocou uma audiência pública, na Câmara, para tratar do assunto. Será na segunda-feira, às 10h30min, e o Secretário Municipal de Assistência Social, Luiz Eduardo Longaray, será convidado a participar.

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