Política

Momento de mudanças na Câmara de Pelotas

Até agora, apenas um parlamentar havia confirmado a troca de partido. Perspectiva é de que outros anunciem a transição nos próximos dias

A movimentação dos vereadores no período de troca de partidos na Câmara de Pelotas prometia ser mais intensa, porém não foi isso que aconteceu com o fechamento da janela partidária, no dia 1º abril. O único parlamentar que optou pela troca e confirmou a pré-candidatura à Assembleia Legislativa foi Cristiano Silva, antes filiado ao PSDB e agora membro do União Brasil - partido recentemente fundado a partir da fusão entre PSL e Democratas. Entretanto, outras modificações partidárias devem ocorrer nos próximos dias.

Desse modo, o novo partido, que tem como registro o número 44, passa a contar com mais uma cadeira na Câmara Municipal. A primeira foi a de José Sizenando, ex-Democratas e também pré-candidato a deputado estadual, que acabou migrando para o União de forma automática com a fundação do partido.

Entre os motivos da saída, Silva cita o fato de nunca ter sido convidado para participar de diretórios ou vídeos comemorativos, por exemplo. “Acabava me sentindo excluído, mas não guardo ressentimentos nem mágoas”, afirmou. Segundo ele, a escolha pelo União Brasil aconteceu pelo projeto que o partido defende, desde as ideias para a campanha até o acolhimento. “Tudo que eu apresentei do meu projeto político foi aceito, houve harmonia em todos os sentidos.”

A expectativa era que, além de Silva, os vereadores Marcos Ferreira, o Marcola (sem partido), Rafael Dutra, o Barriga (PTB) e Anderson Garcia (PTB) também optassem pela troca. Em contato com a reportagem, Marcola explica que legalmente ainda está vinculado ao PTB, já que ainda não houve baixa na Justiça Eleitoral, mas já anunciou a saída da sigla. “Vou permanecer sem partido até a passagem do pleito de 2022 e após vou me reunir com o secretário estadual (Secretaria Extraordinária de Apoio à Gestão Administrativa e Política) Agostinho Meireles e definir o futuro do projeto”, disse.

A troca partidária de Barriga - que não será pré-candidato a nenhum cargo - deverá se confirmar nos próximos dias, já que na última segunda-feira o parlamentar estava em Porto Alegre acertando os últimos detalhes, também com o União Brasil. O outro petebista, Anderson Garcia, disse que não há novidades na sua movimentação partidária. “Não há definição. O PTB já me concedeu a carta de anuência dos diretórios, mas o mandato pode ser discutido na justiça por algum suplente, então preferi não me movimentar neste momento”, considerou. Garcia chegou a conversar com a direção do Podemos, mas a filiação não ocorreu.

Análise do especialista

De acordo com o professor de Ciência Política da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Daniel de Mendonça, as trocas partidárias são absolutamente normais dentro da política e as ocorridas em Pelotas se mostram dentro do mesmo cenário. “São trocas estratégicas, sem nenhum abismo ideológico”, completou. Por todos os movimentos terem ocorrido para dentro do União Brasil, ele explica que a ideia é que o novo partido faça parte da tão falada terceira via, projeto que as ex-siglas dos parlamentares também apoiam. “O político faz esse cálculo pensando na sua melhor performance eleitoral e isso é muito normal, existe essa janela de troca de partidos em todas as eleições e enquanto houver essa possibilidade de troca partidária sempre haverá troca.”

Cenário nacional

Durante os 30 dias do período de janela partidária, cerca de 70 deputados federais trocaram de sigla. Com o fim do prazo, a nova composição das bancadas colocou o PL como o partido com mais representantes na Câmara, com 73 deputados. O número é mais do que o dobro do que o partido tinha no início da legislatura, quando contava com 33 deputados.

O PT, que antes da janela já havia disputado a posição de maior bancada com o PSL (atual União Brasil), terminou a janela com 56 deputados, ante os 54 no início da legislatura. Antes da janela partidária, o União Brasil contava com 81 deputados, mas agora está com 47. Outros partidos que cresceram foram o PP, que passou de 38 para 50 deputados, e o Republicanos, que foi de 30 para 45 parlamentares.

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