Por Victoria Fonseca
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

Apontado pelos moradores como um local de frequentes acidentes de trânsito, o encontro das ruas Andrade Neves com José Pinto Martins, no Centro de Pelotas, tem gerado preocupação. E cobranças por melhorias de sinalização e meios de redução de velocidade. A mais recente ocorrência no local foi na terça-feira passada, quando um carro descontrolado acabou batendo na parede da residência que fica na esquina. Um susto que, segundo a cabeleireira que trabalha no local, não é raro, já que afirma ter perdido as contas de quantos veículos já invadiram a calçada e bateram no imóvel.

No trecho da Andrade Neves próximo ao cruzamento é possível notar o movimento intenso de carros e motos em alta velocidade, inclusive fora dos horários de pico. A combinação do encontro de duas vias de grande fluxo de veículos com irresponsabilidade ou desatenção tem como consequência os acidentes. E quando não há batidas, quem vive naquela área diz serem comuns os barulhos de freadas bruscas.

"Já pedimos que, se não dá para colocar uma sinaleira, então um redutor de velocidade", diz Sinara Nogueira, ao contar que já fez pedido de melhorias de sinalização na Prefeitura e na Câmara Municipal. Moradora de uma casa há poucos metros da esquina entre as duas ruas, ela diz que teme pela vida do neto e de outras pessoas que circulam perto do cruzamento. "[No dia do último acidente] eu quase tive um negócio no coração porque o meu neto atravessou ali para ir no Clube Brilhante", relata.

Devido à localização de um grande clube na José Pinto Martins e da Escola Estadual Assis Brasil há apenas duas quadras de distância, a movimentação de crianças no trecho é grande, assim como a de idosos. "A gente quer uma solução. O melhor seria uma sinaleira, mas já que a Prefeitura alega que R$ 8 mil é muito caro para uma sinaleira... Mas uma vida humana vale muito mais", diz Sinara.

Prejuízo

Além dos acidentes, outra ocorrência frequente é a colisão de veículos em alta velocidade com carros e motos estacionados na Andrade Neves. Situação que Gabriel da Rosa passou na última semana pela segunda vez. Realizando entregas nos arredores, ele estacionou sua moto na via e, quando voltou, um carro tinha batido nela e em outra que estava ao lado.

O conserto terá que ser bancado pelo entregador, pois o condutor que causou o acidente não tinha seguro nem condições financeiras. Além disso, o prejuízo é ainda maior, já que sem o veículo Rosa está impossibilitado de trabalhar. "Agora estou parado. A sinaleira já travaria isso para não passar correndo", comenta.

Residência de colisões

O salão da cabeleireira Juliana Larossa tem sido há vários anos parachoque de colisões de veículos que circulam em ritmo acelerado na José Pinto Martins e invadem a preferencial da rua Andrade Neves. Ao prestar atenção no imóvel localizado na esquina do cruzamento, dá para perceber os sinais da última batida. "Já parou carro aqui que a gente não conseguia nem abrir a porta da casa", conta.

Ela diz que transitar na calçada naquela região é um perigo constante, pois a qualquer momento pode ocorrer de um veículo invadir o passeio e atingir um pedestre. "Tem muito idoso e eles transitam aqui o tempo todo, além do perigo do carro entrar dentro de casa", diz.

A cabeleireira reclama que os veículos que transitam nas duas vias estão sempre em alta velocidade e que a placa de "pare" e a faixa de pedestres não são respeitadas. Juliana também diz que as sinalizações atuais no local não são suficientes. "O 'pare' que tem na rua está quase apagado, é uma mini placa que tem ali e as pessoas passam despercebidas. É uma rua muito movimentada e muito mal sinalizada."

O que diz a Prefeitura

Conforme o secretário de Trânsito e Transportes Flávio Al Alam, o cruzamento das ruas Andrade Neves e Pinto Martins está bem sinalizado e apresenta boa visualização, o que não justifica a instalação de um semáforo. O secretário salienta que no encontro das vias foi colocada uma faixa de segurança, além da proibição de estacionamento, com o objetivo de melhorar a visualização.