Caridade animal
Mulher que recolhe cães na rua pode ser autuada
"Vou deixar abandonados na rua para morrerem?”, justifica a dona de casa que abriga 28 cachorros e três gatos.
Carlos Queiroz -
A paixão por animais desafia uma moradora da rua Marechal Deodoro a abrigar 28 cães e três gatos em sua própria casa.
Ação que tenta contribuir com a diminuição do número de cachorros que vivem nas ruas de Pelotas. Pelo grande número de bichos e o fato de ela não ter emprego fixo, as condições do local não são as melhores. Tanto que na última quinta-feira foi registrada denúncia no Ministério Público (MP) de maus-tratos aos animais que vivem no local. Até o dia 18, a Patrulha Ambiental (Patram) deve tomar as providências e encaminhar o caso novamente à Promotoria de Justiça Especializada.
Um veterinário da prefeitura é aguardado para esta quinta-feira (14) no local para examinar os animais. Caso seja necessário, os cães serão encaminhados pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do Hospital de Clínicas Veterinárias da UFPel.
Quando soube da denúncia, a moradora demonstrou estar ciente da situação. “É óbvio que eu não consigo cuidar muito bem de todos. Claro que vai ter cão com sarna e magrinho. As pessoas acham que eu sou algum deus, que tenho varinha mágica para cuidar sozinha de todos eles”, desabafou. Segundo ela, uma ninhada de oito filhotes foi abandonada na porta de sua casa, recentemente. Ela conta que já recolheu até uma tartaruga.
A moradora afirma que recebe auxílio de outras pessoas, como doações mensais de 60 quilos de arroz e de R$ 200,00 para comprar ração. Mas o consumo médio dos animais é de 350 quilos. Os cães passam a maior parte do tempo na rua, retornando para se alimentar e dormir, dentro de casa, e evitar barulho à vizinhança. Futuramente ela pretende, juntamente com o marido e os dois filhos, adaptar a moradia para que não seja necessário dormir junto com os cães.
“Minha vida é baseada nestes bichinhos. Não compro roupa para minhas filhas, não saio, só para cuidar deles”, contou. Segundo ela, o grande número de animais não é um desejo, mas sim, uma necessidade. “Eu não gostaria de ter uma quantidade assim, mas vou deixar abandonados na rua para morrerem?”, falou.
Problemas com a procriação
Com baias improvisadas, a mulher busca separar os animais para evitar que eles se reproduzam. Mas quando saem para a rua, acaba ficando sem ter o que fazer. Segundo ela, já foi procurado um serviço de castração, mas sem sucesso. O Canil Municipal não abriga cães. É visto como um centro de passagens, onde os animais de rua são cuidados, castrados e devolvidos à rua. Já os de raça, após receberem acompanhamento veterinário, são colocados para adoção.
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