Saúde
Na saúde, Estado paga, mas a dívida continua
Os R$ 12,8 milhões repassados pelo governo gaúcho aos municípios servirão principalmente para saldar dívidas atrasadas
Gabriel Huth -
Respirar, ato corriqueiro no dia a dia, é quase um alívio quando o ar falta. Na última semana, o governo do Estado pagou um total de R$ 12,8 milhões para os municípios da Zona Sul, referentes a dívidas de 2015, 2016 e 2017, além do montante de janeiro. Não é a salvação para as prefeituras, mas um fôlego a quem, até então, arcava com todo o investimento no setor. Ao todo, ainda há dívida de R$ 11.436.356,66 - valor referente ao triênio.
Ainda na quarta-feira (7) o prefeito de Canguçu, Vinícius Pegoraro (PMDB), confirmou ao Diário Popular o depósito. A cidade recebeu R$ 922.966,09 referentes aos três últimos anos e ainda o valor tocante ao início de 2018. Ele destacou a importância do pagamento, mas como diminuição no estrangulamento do orçamento local. Sem a transferência de recursos via governo estadual, ficou tão somente a cargo dos municípios nos últimos anos manter serviços como Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e farmácias funcionando a pleno.
Situação semelhante passou a Secretaria de Saúde de Pelotas, cidade que recebeu R$ 2.747.219,00 que estavam atrasados. "Esse recurso vem para repor todo nosso investimento para não deixar o serviço cessar", comenta a titular da pasta, Ana Costa, destacando que a verba servirá não a novos investimentos, mas para que se trabalhe com mais tranquilidade. "Apenas voltamos a respirar."
Ainda atrasos
Isso porque, reclama Ana Costa, ainda existem atrasos referentes ao ano de 2014 - nenhum município, neste momento, recebeu regularização de débitos deste período. Esse é um questionamento que Pegoraro, de Canguçu, também faz. Ele cobra do governo do Estado uma diferença entre o valor pago e aquele que consta no levantamento da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) - R$ 1.264.391,00. O caso se repete em outros municípios. Para Jaguarão, por exemplo, restam R$ 102.385,83 em dívidas. Em Rio Grande, a diferença ultrapassa os R$ 3 milhões.
O coordenador regional de Saúde, Gabriel Andina, explica que os valores pagos foram apenas aqueles já empenhados - quando o Estado reserva verba para efetuar pagamento agendado. Em relação ao caso de Pelotas, que tem montante a receber relativo a 2014, Andina aponta para o antecessor. "É a dívida que o Governo Tarso (Genro, do PT) deixou para o Rio Grande do Sul e seguimos tentando equacionar."
Recentemente desempossado da presidência da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), o prefeito de Jaguarão, Favio Telis (PMDB) disse que, em reunião ocorrida na última sexta-feira em Porto Alegre, se firmou a ideia de negociar os valores de 2014 e os do último triênio juntos. "Estes valores terão de ser empenhados e isso só será feito sentando e conversando com o Estado."
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário