Por Victoria Meggiato
[email protected]

O nível da Lagoa dos Patos em Pelotas e região voltou a subir nesta semana. O retorno dos ventos contribui diretamente para que o volume aumente, mesmo que não haja grande quantidade de chuva. O problema na região sul do Estado causa preocupação em moradores, que temem pelos prejuízos que a suba da água pode causar. No mês de setembro, quando fortes chuvas atingiram o Estado, a água avançou em diversos locais.

Pelotas
Na Praia do Laranjal, os últimos dias têm sido de apreensão. O aumento do nível da água da lagoa em um trecho específico da Avenida Dr. Antônio Augusto de Assumpção, que passa pela beira da Praia do Laranjal, está causando indignação e preocupação nos moradores. O local, que não possui asfalto e fica próximo ao chafariz, está há cerca de 40 dias com água. A advogada Juliana Habeyche, moradora da localidade há 15 anos, afirma que a água subiu em decorrência das chuvas intensas do mês de setembro e, desde então, ocorre uma oscilação. Quando muda a direção do vento, a água aumenta novamente. "Nós acreditamos que a água não é das chuvas, pois quando muda o vento, ela baixa", observa.

A Lagoa dos Patos já subiu outras vezes e afetou moradores da Praia do Laranjal, porém, é a primeira vez que o escoamento não ocorre totalmente. De acordo com Juliana, as cheias no local acontecem, principalmente, devido a uma comunicação aberta da lagoa com o meio da rua, uma espécie de valeta. Dessa forma, a água não tem para onde ir, e acaba enchendo a avenida, por onde passam os carros.

No último domingo (15) a água voltou a subir, e os prejuízos para os moradores retornaram. Juliana esclarece que não é só o vento que faz com que as águas invadam o local. "A lagoa nunca desceu totalmente desde as chuvas do mês passado. No último sábado foi o primeiro dia que amanheceu quase tudo seco, só que virou o vento e, como eles não fecharam essa comunicação da lagoa com o meio da rua e não tomam nenhuma providência com um terreno que tem ali e possui muita sujeira, as duas coisas botam água para o meio da rua", relata.

Os prejuízos se tornam ainda maiores para quem precisa fazer o trajeto todos os dias na volta para casa. Ainda de acordo com Juliana, o acesso ao local está inviável, e quem mora ali precisa fazer um caminho alternativo para conseguir chegar na sua residência. "Nós estamos com dificuldade de entrar em casa. Os carros estão estragando, fazendo barulho, e ninguém faz nada. [...] Meu carro é elétrico, não pode andar dentro da água. A gente trabalha o dia inteiro e ainda precisa fazer uma aventura para chegar em casa."

Rio Grande
A Prefeitura Municipal do Rio Grande, através das Secretarias de Município de Acessibilidade, Mobilidade e Segurança (SMMAS) e Zeladoria da Cidade (SMZC), bloqueou o acesso à Ilha da Torotama em razão do alto volume de água que tomou conta da estrada.

De acordo com a Zeladoria, o motivo do alto nível das águas se dá devido a velocidade e direção das rajadas de vento. Na manhã de ontem, indicaram sentido nordeste com 30 km/h. Apesar de facilitar a vazão da Lagoa dos Patos, os ventos fazem com que as águas ultrapassem a região ribeirinha, causando os alagamentos no trajeto. Em razão disso, o trânsito de veículos está impossibilitado no local incluindo o transporte coletivo.