Fim das férias

Novo ano, velhos problemas

Na Escola Mário Meneghetti, do bairro Getúlio Vargas, por falta de salas de aulas, algumas turmas precisaram ser distribuídas

Paulo Rossi -

Reencontros, recomeços ou o início de uma nova etapa. O primeiro dia de aula é sempre marcante. Muito além de um ambiente onde se aprende a ler ou fazer contas, a escola é lugar para construir laços. Ontem, os alunos da rede municipal de ensino voltaram a conviver diariamente. Junto de toda a expectativa que rodeia o momento, velhos problemas também fizeram parte do retorno.

O pequeno Denian, de quatro anos, estava pronto para o primeiro dia de aula no Colégio Municipal Pelotense. Seus pais não sabiam, porém, que o ano letivo só começaria nesta terça-feira para o menino. Esta segunda-feira foi reservado a reuniões com os pais dos alunos da Educação Infantil. Apesar do desencontro, a mãe Tailine Rosa estava confiante. “Conversamos diretamente com o diretor e ele nos passou muita segurança”, comenta.

Ontem, a maior escola municipal de Pelotas (o Pelotense) recepcionou apenas os alunos do 6º ano do Fundamental à 3ª série do Médio. Os outros só retornam nesta terça. Aguardando com ansiedade o ingresso no Ensino Médio estavam Jaqueline Correa, 16, e Anelize Teixeira, 15. O amor por ensinar fez as duas escolherem o curso normal, conhecido como magistério. “Acho que o ensino é melhor em relação ao Médio regular “, acredita Anelize. A nova amiga e colega já pensa no futuro: “Depois, pretendo cursar Pedagogia”, projeta Jaqueline.
Uma nova etapa também se iniciou para Davi Garcia, seis, aluno do 1º ano. A mãe, Mônica Lisboa, estava tranquila com o início da vida escolar do pequeno. “Confio na escola e nos funcionários. O ensino aqui é muito bom”, elogia.

Nas escolas de Educação Infantil, como a Bernardo de Souza, no Centro, o cenário de expectativa e ansiedade se repetia. A aposentada Ângela Maria Correa levou a neta Andrine, de quatro anos, para seu primeiro dia. Ela cuida da menina enquanto sua filha trabalha e optou por deixá-la na escola para que convivesse com outras crianças. “Lá em casa só tem idoso. O colégio é bom para ela fazer amizades. Ela tá bem feliz”, comenta.

Apesar da euforia, problemas persistem
São nos bairros que os problemas costumam incomodar mais - e demoram a ser solucionados. Na escola Mário Meneghetti, no Getúlio Vargas, a diretora Raquel Vieiras luta por novas salas de aula desde 2011. Até o último ano letivo, três turmas se acomodavam em contêineres. Neste, as estruturas precisaram ser inutilizadas. Os estudantes foram distribuídos em locais de uso comum: o auditório, a biblioteca e o laboratório de ciências.

O término da obra que irá criar seis salas de aula e um conjunto de banheiros está previsto para maio. No entanto, a diretora acredita que a reforma irá se estender até o fim do ano. Até lá, os professores não poderão utilizar o auditório, local onde fica o projetor da escola. As atividades no laboratório de ciências estão suspensas enquanto as novas salas não ficam prontas. O uso da biblioteca ainda não está definido.

E esse não é o único desafio de quem leciona ou estuda na Mário Meneghetti. A diretora denuncia que a violência no entorno da escola está cada vez pior. “Escutamos barulho de tiros no meio da tarde”, relata. Os alunos do turno vespertino têm aulas das 17h30min às 21h30min. Eles precisam deixar o colégio juntos porque o horário de saída corresponde ao “toque de recolher” do bairro. Depois das 21h30min a circulação pelo local quase não existe.

Programas como o Bolsa Família são uma ajuda de peso na luta contra a evasão. Para receber o benefício, as famílias precisam manter os filhos frequentes na escola. A própria direção fica de olho nas faltas dos alunos. “Se há mais de cinco ausências, nós contatamos os responsáveis”, garante Raquel. Atividades extras, como aulas de reforço, também ajudam a manter o estudante dentro do colégio e aumentam seu rendimento.

Na Colônia Z-3 é a escola Raphael Brusque que amarga um antigo incômodo. Vinte e nove alunos que moram longe e têm direito a transporte gratuito iniciaram o ano letivo sem o benefício. O problema já havia ocorrido em dezembro do ano passado. Na ocasião, os estudantes ficaram três semanas sem ir à escola. Desta vez, de acordo com a Smed, foi uma série de problemas que atrasou a manutenção do veículo.

O transporte escolar precisa passar por uma verificação especial duas vezes ao ano. Segundo a diretora de gestão escolar da Smed, Adolfina Mauch, o veículo que atende a Raphael Brusque estava na fila para manutenção. O conserto ocorreu nesta segunda-feira à tarde e nesta terça o transporte já deve ser normalizado.

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