Por Victoria Fonseca
victoria.fonseca@diariopopular.com.br
(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)
Após inúmeros impasses e atrasos, mais um processo licitatório foi aberto pela Prefeitura de Pelotas para execução da obra de duplicação da avenida Cidade de Lisboa, no Fragata. O trecho, que é um dos acessos ao Município pela BR-116, tem intenso fluxo de trânsito com circulação de veículos pesados como ônibus intermunicipais e caminhões. Conforme o primeiro convênio assinado entre o Prefeitura e Estado, a via seria duplicada há dois anos.
O congestionamento e a confusão no trânsito da avenida é rotina para quem precisa trafegar. Além de ser essencial para o deslocamento dos moradores de parte do Fragata, a Cidade de Lisboa também é ponto de entrada da cidade para aqueles que vêm de diversos municípios da Zona Sul, incluindo a conexão com o Porto de Rio Grande. A esses elementos se soma a falta de infraestrutura, tornando o tráfego ainda mais confuso.
Como aponta o auxiliar de expedição Moisés Camacho, que trabalha em uma loja na avenida, a parte da via que é de chão batido - onde é prevista a segunda pista -, é utilizada tanto como uma segunda mão de trânsito quanto para estacionamento de veículos. “Aqui tu vê um estacionamento até para os caminhoneiros, mas tem motorista, aqueles mais apressadinhos, também que entram na avenida por aqui”. Camacho ainda cita que a revitalização vai beneficiar a questão estética da localidade.”Pelo fato de ser uma entrada da cidade, ficaria mais bonito”, comenta.
Para quem mora no entorno da avenida é difícil de acreditar que a obra, que tem como objetivo melhorar a trafegabilidade, garantir mais segurança e desenvolvimento para o Município, sairá do papel. “Duvido”, declara o empresário Atecir Fortuna, morador do Fragata há 32 anos. Ele conta que o trânsito no local é difícil e que os acidentes são frequentes. “As ocorrências são quase normais, já.” Para Fortuna, a duplicação iria conferir mais rapidez e organização para o tráfego.
Atrasos
A descrença na duplicação é motivada pelos atrasos. Prevista para 2020, após assinatura de convênio entre o Município, o governo do Estado e a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), a obra não chegou nem à elaboração do processo licitatório. Isso porque em 2019, época em que ocorreu o acordo, a Prefeitura de Pelotas estaria no Cadastro de Inadimplentes (Cadin), o que impedia a realização do pregão.
Já no início de 2022, um novo acordo foi firmado entre os órgãos, a licitação foi aberta, mas não houve interessados em razão da defasagem dos valores. Agora, o enredo burocrático ganhou novo prazo. O governo municipal, por meio da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), publicou novo edital de seleção, com abertura das propostas das empresas marcado para o dia 9 de dezembro.
Ainda neste processo houve atualização de valores em relação ao anterior. Com aumento de 26%, o novo orçamento previsto para a obra é de mais de R$ 3,2 milhões, com recursos do governo do Estado e do Município. O prazo para início das intervenções na via varia de acordo com o andamento do processo licitatório, de forma que, se houver empresas interessadas, as obras devem iniciar em um prazo de 60 a 90 dias.
O departamento de engenharia civil da Metroplan aponta que o repasse de recursos deverá acontecer somente em 2023. O interesse do Estado na requalificação da via é em razão do intenso fluxo dos transportes públicos metropolitanos, intermunicipais, entre Pelotas, Capão do Leão e Morro Redondo.
O projeto
A revitalização da via compreende a extensão de em torno de sete quilômetros, entre a avenida Duque de Caxias e a BR-116. As melhorias incluem duplicação da avenida Cidade de Lisboa em blocos de concreto intertravado, requalificação do canteiro central, intervenções de drenagem, passeio com acessibilidade e sinalização viária.
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