Ao lado da rotina de sala de aula, um novo restaurante universitário (RU) começa a ser erguido no campus Anglo, rua Gomes Carneiro, 1. As obras começaram há aproximadamente três meses e seguem a todo vapor. A previsão é de que quatro mil estudantes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) desfrutem o RU em julho de 2018. Para a comunidade acadêmica, a expectativa é de que o dia a dia dos alunos que estudam no Porto seja simplificada, já que não terão que se deslocar até o Centro para almoçar em um dos dois restaurantes localizados na rua 15 de novembro. Hoje, quem estuda pela manhã e pela tarde, muitas vezes tem de escolher entre almoçar e chegar na aula a tempo.

O anúncio da construção, licitada por R$ 1.658.799,00, foi dado em agosto do ano passado, durante a solenidade para o aniversário de 48 anos da UFPel. O restaurante está sendo construído por 18 trabalhadores em um dos prédios que compõe o campus, antes abandonado, e terá 1,167 mil metros quadrados. O mestre de obra, José Inácio Bartz, conta que a estrutura estava em boas condições para ser aproveitada - mais especificamente, as paredes, o contra piso e parte do madeiramento, disse. As telhas e as janelas foram retiradas e todo o resto será novo.

Ainda, parte do prédio será ampliada para dar espaço à estrutura completa, que inclui banheiros, refeitório e cozinha com capacidade de servir três mil refeições diariamente, entre almoço e janta: pela bagatela de R$ 2,00 cada. Recepção, áreas de circulação, câmaras frias e almoxarifados também estão entre os espaços previstos na planta. “Em seis meses temos que entregar. Mas como estamos no verão o tempo deve colaborar”, acredita José Inácio, funcionário da IBH Construções, empresa licitada.

O recurso para a obra vem do orçamento previsto para 2017 pelo Governo Federal, 90% já empenhado. Por esse fato, não é provável que o trabalho atrase. “No máximo um mês, se for. Até agora não tivemos nenhum atraso ou grande imprevisto”, diz Otávio Peres, pró-reitor de Planejamento da UFPel. Equipamentos e mobiliário também vêm do orçamento e custaram em torno de R$ 1,2 milhão. “Estamos muito satisfeitos com o trabalho. Obras públicas nem sempre tem andamento satisfatório”, reflete Pedro Hallal, reitor da universidade.

Uma das históricas demandas estudantis
Os estudantes finalmente têm a oportunidade de ver a gestão tirar do papel uma de suas grandes reivindicações. Para o reitor, concretizar o RU no campus é sinônimo de responsabilidade com as propostas da administração. “A gente disse para todo mundo que priorizaria uma gestão pros estudantes e o RU é essencial para eles. O nosso compromisso foi seguir o que nos elegeu”, reforça Hallal.

Estudante de Engenharia Geológica, Mariana Moll, 19, acha que o restaurante deve desafogar a demanda no transporte estudantil. “Muita gente tem aula de manhã e de tarde e acaba tendo que pegar o ônibus até o Centro. Ele fica cheio, atrasa. Acho que isso vai diminuir”, diz a aluna, que faz esse trajeto diariamente para comer no RU da rua 15 de novembro. Guilherme Krüger, 20, estudante de Ciência da Computação, também fala: todas as vezes que utilizou o RU do Centro, acabou chegando atrasado para a aula na segunda parte do dia. Se ainda for estudante quando a construção ficar pronta, pretende aproveitar o serviço.

O comando da cozinha, aliás, deve ficar a cargo de uma empresa terceirizada. O espaço servirá principalmente para o aquecimento e armazenamento da comida, já que parte das refeições são preparadas na sede da empresa responsável. Para Hallal, a UFPel é referência entre as universidades pela qualidade da alimentação. No cardápio, figuram muitas saladas e produtos orgânicos - além de opções sem carne para vegetarianos. O reitor também lembra dos mais de 500 técnicos administrativos da universidade, que também poderão fazer refeições no RU.