Cuidado
Número de documentos perdidos aumenta
Polícia Civil alerta para os transtornos causados pela perda; na agência do FGTAS/Sine, problema é o número de Carteiras de Trabalho que não são retiradas
Gabriel Huth -
"Guarde o documento como se fosse ouro." Pode até parecer exagerada a frase do titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Pelotas, Sandro Bandeira. Mas ela surge em um momento oportuno: há cada vez mais registros de ocorrência de perda de documentos, especialmente a Carteira de Identidade, no município. Fato que pode gerar problemas pra quem perde e abarrota o setor de pronto atendimento da polícia. Ainda em Pelotas, o zelo por outro documento parece em baixa: a Carteira de Trabalho.
Na agência do FGTAS/Sine no município, um arquivo de cerca de 1,5 metro de altura guarda aproximadamente 1,5 mil carteiras de trabalho esquecidas, o que gera pequenos transtornos no atendimento e ocupa o espaço físico da agência.
Os documentos são arquivados desde 2001 e o crescimento do número de não retiradas nos últimos dois anos chama a atenção do coordenador da Agência de Pelotas, Glauber Bürkle. No ano passado, por exemplo, foram expedidas 8.075 Carteiras de Trabalho e 170 destas permanecem na agência. "Das 1.500 carteiras que temos acumuladas aqui, cerca de 712 já não devem ser retiradas. Para outras 790, que foram expedidas ainda neste ano, há a expectativa de que os donos venham pegar", projeta Glauber.
Perfil jovem
Assistente administrativo, Saturnino Lopes trabalha no atendimento ao público na agência FGTAS/Sine. Ele traça um perfil majoritário das pessoas que esquecem a Carteira de Trabalho. "Geralmente são jovens. Muitos vêm com os pais pra fazer o pedido, mas como não conseguem trabalho, acabam não vindo retirar", avalia Saturnino. "Geralmente os jovens apresentam essa insegurança, então é importante que os pais estimulem não só a pedir o documento, mas também a vir retirar", acrescenta Glauber.
Também há casos de pessoas que pedem o documento aqui em Pelotas, não conseguem emprego e se mudam. "Aí fica pra sempre no nosso arquivo", lamenta Glauber. Sobre a retirada, ele aconselha que seja feita presencialmente, mas, caso haja a impossibilidade, pode ser feita via procuração autenticada em cartório.
Identidades achadas e perdidas
O que também cresce em Pelotas é o número de documentos perdidos. "Há inclusive casos de perda do registro de perda", comenta o delegado da DPPA, Sandro Bandeira. Ele alerta para a falta de zelo com os documentos. "Às vezes as pessoas não pensam nos transtornos que podem ter pela perda, podendo ser vítimas de estelionato e depois passando pelos processos burocráticos de pedir outra via."
Além da falta de cuidado, o crescente número de assaltos na cidade acabou inchando o atendimento na DPPA. Por isso, o registro de ocorrência só pode ser feito presencialmente no período da tarde, além da plataforma on-line que funciona 24 horas por dia. Segundo o delegado, são feitos cerca de 30 registros de perda de documentos por dia - na maioria nunca encontrados. "Quando a pessoa encontra o documento, tem a obrigação de retirar a ocorrência ou podem ocorrer transtornos no futuro."
Quem encontrar documentos nas ruas pode encaminhar à prefeitura ou à Polícia Civil. A prefeitura busca pela pessoa através do Facebook e mantém uma plataforma online. Nela, a pessoa procura pelo próprio nome e o sistema indica se há algum documento recuperado. A Polícia Civil tenta contatar o dono dos documentos pelos registros de ocorrência.
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