Incidência

Número de vítimas do trânsito é o menor em dez anos

Vinte e três pessoas perderam a vida em ruas, avenidas e rodovias de Pelotas ano passado, contra 41 casos em 2016

Carlos Queiroz -

O número de vítimas fatais no trânsito pelotense chegou ao menor índice em dez anos. A Secretaria de Transporte e Trânsito (STT) relaciona o bom resultado à intensificação das ações de fiscalização ao longo de 2017. Vinte e três pessoas perderam a vida nas vias municipais ano passado. Em 2016, o número chegou a 41.

A maior parte dos acidentes envolveram motocicletas. Para o responsável pela STT, Flávio Al Alam, é necessário mudar o comportamento dos motociclistas. “A moto não é o problema”, frisa. As fatalidades com esse tipo de veículo são potencializadas porque neles não há proteção externa como há nos carros. A alta velocidade, a imprudência e o consumo de álcool são os principais fatores que levam à morte no trânsito, revela Al Alam.

Sobre a redução expressiva no número de casos fatais - especialmente nas vias municipais -, Flávio afirma que o mérito é dos agentes de trânsito. “São eles que executam as ações e enfrentam o dia-a-dia”, pontua. De acordo com o secretário, a tarefa de diminuir a quantidade de vítimas fatais não é fácil. “Ainda mais com o aumento da frota”, fala. Em dez anos, o número de automóveis circulando na cidade subiu 74,2%.

O uso do radar móvel para coibir excessos de velocidade e a ampliação das blitze e da operação Balada Segura são as principais atitudes tomadas pela secretaria para reduzir o número de vítimas do trânsito. Operações integradas com a Brigada Militar, a Guarda Municipal, os Bombeiros e a Vigilância Sanitária também foram realizadas para ampliar e qualificar a fiscalização. Na avaliação do secretário, as ações dão sensação de segurança à população. “Só de saber que pode haver fiscalizações na cidade, o motorista já muda o comportamento”, acredita.

Na Balada Segura, o enfoque principal é o consumo de álcool. Todos os condutores são convidados a realizar o teste do etilômetro. Se houver recusa, o motorista recebe a infração e tem a carteira nacional de habilitação retida. Caso faça o teste e seja constatada a embriaguez, é encaminhado à Delegacia de Polícia. A tolerância no nível de álcool no sangue é de 0,04 mg/L, valor correspondente à margem de erro do etilômetro.

Nos próximos meses, a secretaria pretende ampliar as operações com radar móvel na cidade. A compra de equipamentos mais modernos está prevista para auxiliar na medição da velocidade. Também pretendem seguir reforçando a sinalização das vias e instalando novos semáforos.

Já as vias estaduais são responsabilidade do Comando Rodoviário da Brigada Militar, enquanto as federais ficam sob os cuidados da Polícia Rodoviária Federal. Ambos os órgãos realizam diversas operações a fim de reduzir o número de acidentes, especialmente nos feriados e em finais de semana.

Pontos críticos
Levantamento realizado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) revela os pontos com maior número de acidentes entre 2007 e 2012. Em Pelotas, são as avenidas Adolfo Fetter, Duque de Caxias e Fernando Osório, além da BR-116 (KM 520 a 529) e da BR-392 (KM 60 a 69). Em 2017, a maior parte dos acidentes ocorreram nas avenidas Bento Gonçalves (três), Duque de Caxias (dois), Idelfonso Simões Lopes (dois) e Zeferino Costa (dois).

A Idelfonso Simões Lopes foi palco de um dos últimos acidentes com vítima de 2017. Um Clio invadiu a pista contrária em um trecho próximo à entrada do bairro Arco-Íris e bateu de frente em um motociclista. De acordo com testemunhas, o condutor do carro dirigia de forma irresponsável até o momento da colisão e fugiu do local sem prestar socorro.

Uma das preocupações da STT é, inclusive, aquela via. Segundo Flávio, o ideal seria duplicá-la. “Ela dá acesso a locais em crescimento populacional”, ressalta. A secretaria já planejou alterações para o local, mas ainda precisa de recursos. Como é uma obra de grande porte, que inclui a implantação de rotatórias e duplicação de certos trechos, excede o orçamento da Secretaria de Obras e Pavimentação. Para sair do papel, exige licitação e ficaria a cargo da Secretaria de Planejamento.

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