Memória

O legado cervejeiro de Carlos Ritter

Museu associa história da cervejaria com a biologia; a exposição começa nesta sexta e vai até maio

Paulo Rossi -

O Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter inaugura nesta sexta-feira (13) a exposição Além do Naturalista: o legado de Carlos Ritter para a Indústria Cervejeira. Exposta até o mês de maio, será apresentado aos visitantes a história de Ritter e sua ligação com a cerveja, além de dados biológicos sobre os componentes da bebida. A mostra também integra as programações de comemoração dos 50 anos do tradicional museu da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A entrada é gratuita.

Uma das principais novidades da exposição é a reapresentação ao público de um mosaico de insetos que representam a cervejaria. A obra, feita por Ritter em 1882, foi apresentada na Exposição Brasileira Alemã em Porto Alegre. "No ano anterior ele havia recebido uma medalha como premiação de uma das cervejas produzidas em Pelotas e no ano seguinte resolveu prestar esta homenagem ao evento", conta João Iganci, diretor do Museu.

Apenas um dos três mosaicos de insetos feitos por Carlos Ritter estava disponível ao público na exposição permanente do museu. Trata-se também de uma homenagem à Princesa Isabel feita em 1885, quando ela esteve em Pelotas. Um terceiro, composto com borboletas está em processo de restauro e deve retornar ao espaço em breve.

Quem visitar a exposição poderá conhecer de perto os componentes que compõem a cerveja. Da cevada e o lúpulo, que são plantas, até a levedura, responsável pela fermentação alcoólica da cerveja. "Teremos um microscópio que os visitantes poderão ver de perto como funciona", destaca Iganci.

Identidade cervejeira
No livro O imigrante alemão e a indústria cervejeira do Rio Grande do Sul, uma das referências da exposição, o autor Arno Müller apresenta um pouco da história da família Ritter desde a chegada ao Brasil e sua relação com a cerveja.

O pai de Carlos Ritter se chamava Georg Heinrich Ritter chegou ao Brasil em 1822 com outros seis irmãos. A família firmou residência em Linha Nova, próximo da região de Nova Petrópolis. A primeira cervejaria da família surgiu em 1864, no porão da casa onde moravam.

Foi em 1872 que Carlos e seu irmão Frederico fundaram a Fábrica de Cerveja Carlos Ritter & Irmão, situada inicialmente na rua Tiradentes. Em 1876 ela se transferiu para a rua Marechal Floriano, em frente a Praça Cipriano Barcelos. Com uma produção premiada, a fábrica possuía uma usina elétrica e fornecia gelo para a população e a Santa Casa de Misericórdia de Pelotas.

Na virada do século, a produção era de 4,5 milhões de garrafas por ano e em 1911 alcançou 6 milhões de garrafas. Também produzia gasosas não alcoólicas e chegou a empregar 250 operários. Ritter também esteve envolvido com a Cervejaria Sul Rio-Grandense, do imigrante alemão Leopoldo Haertel, no prédio que hoje pertence à UFPel e foi, na década de 1940, vendido para a Cervejaria Brahma.

O museu
A origem do museu é de coleções particulares de Carlos Ritter, que foram doadas em 1926 para a Escola de Agronomia pela sua esposa Auguste Jeanete Kessler. O museu foi aberto ao público no dia 21 de maio de 1970, no antigo prédio da reitoria próximo ao Mercado Central. Hoje o Museu possui um acervo com mais de três mil itens, incluindo animais taxidermizados, insetos, fósseis, documentos históricos de Carlos Ritter e de Ceslau Biezanko.

Serviço
O que: Além do Naturalista: o legado de Carlos Ritter para a Indústria Cervejeira
Visitação: de 13 de março até maio
Horário: de terças a domingos, das 10h às 18h
Local: Museu de Ciências Naturais Carlos Ritter (Praça Coronel Pedro Osório _ Casarão 1)

Visitas em grupo podem ser agendadas pela página do Museu no Facebook, no e-mail "[email protected]", ou ainda através do telefone (53) 3284-4324

Entrada gratuita

 

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